Câmara aprova projeto que viabiliza repasse de até R$ 62 bilhões a estados e municípios

Dinheiro vem para compensar as perdas de arrecadação provocadas pela Lei Kandir

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2020 07h24
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Estadão Conteúdo Vista do Congresso Nacional. Duas torres altas no meio de outros dois prédios em formato oval. Um lago na frente refletindo os prédios Alguns deputados se mostraram insatisfeitos com o valor total, por não repor de forma fiel as perdas dos estados com a Lei Kandir

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto que prevê o repasse, da União para os estados, de R$ 62 bilhões em parcelas até o ano de 2037. O valor, discutido há mais de duas décadas entre os entes federados, vem de um acordo entre as partes e foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Como também já passou pelo Senado, o texto vai à sanção presidencial. O dinheiro vem para compensar as perdas de arrecadação provocadas pela Lei Kandir. A legislação vigora desde 1996 e isenta a cobrança do ICMS, um imposto estadual de produtos destinados à exportação.

O relator do projeto, deputado Lucas Redecker (PSDB), diz que ele vem em um momento de necessidade dos estados. “A proposição chega no momento, cabendo a esse relator reforçar a sua urgência uma vez que se prevê a entrega de R$ 4 bilhões ainda neste ano. Tais recursos serão vitais para que os entes possam garantir a prestação de serviços públicos no que aparenta ser uma segunda onda da Covid-19”, disse. Dos R$ 62 bilhões previstos para serem repassados, 75% vão para os estados e o Distrito Federal e os outros 25% para os municípios. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul vão receber uma fatia maior, por serem mais exportadores.

Alguns deputados se mostraram insatisfeitos com o valor total, por não repor de forma fiel as perdas dos estados com a Lei Kandir. Para o deputado Lucas Redecker, esse foi o valor possível. “O acordo que os estados e municípios mais gostariam. Eu que sou gaúcho discuti por muitos anos esse número de R$ 50 bilhões, entre tantos outros estados. A União conseguir chegar nesse valor nós teríamos uma discussão ad eternum dentro do parlamento e nunca chegaríamos em um valor próximo.” O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, voltou a defender que o Congresso trabalhe em janeiro, para quando está previsto o recesso parlamentar. Pelas redes sociais, ele disse que é preciso aprovar “principalmente a PEC emergencial” — além da reforma tributária e de medidas relacionadas à vacinação contra a Covid-19.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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