Câmara dos EUA terá acesso a detalhes da investigação sobre interferência russa na eleição
A Justiça norte-americana determinou nesta sexta-feira (25) que o inquérito do impeachment contra o presidente Donald Trump é legítimo. A juíza Beryl Howell declarou que a Câmara dos Deputados não precisa aprovar uma resolução formal para dar início ao processo de impeachment, ao contrário do que alguns membros do partido republicano vinham dizendo.
A juíza também determinou que o departamento de Justiça tem até a próxima quarta-feira (30) para entregar o relatório do ex-procurador especial, Robert Mueller, na íntegra – ou seja, incluindo as informações que foram bloqueadas na divulgação do relatório.
O relatório de Mueller descreve as conclusões de uma investigação detalhada que durou 22 meses sobre a possibilidade de uma interferência nas eleições norte-americanas de 2016.
Quando o procurador-geral William Barr divulgou o relatório que tem 448 paginas, algumas informações tinha sido editadas ou apagadas. O departamento de Justiça argumenta que isso aconteceu porque alguns trechos informações sobre procedimentos jurídicos que devem ser mantidos em segredo.
De acordo com o relatório, não há evidências suficientes para comprovar que Trump agiu em conluio com a Rússia. O processo de impeachment contra Donald Trump gira em torno da acusação de que ele teria pressionado o presidente da Ucrânia a investigar o democrata e possível rival às eleições de 2020, Joe Biden – cujo filho Hunter Biden já teve negócios no país que levantaram suspeitas.
O partido da oposição acredita que Trump teria usado o poder e a influência como presidente dos Estados Unidos para conseguir essa investigação e, consequentemente, uma vantagem nas futuras eleições.
Trump nega as acusações e diz que o processo de impeachment pode ser comparado a uma “caça às bruxas” – com os democratas querendo mudar o resultado das eleições.
No momento, os comitês da Câmara dos Deputados que estão a frente dos processos de impeachment ouvem testemunhas envolvidas no caso. Para que o presidente seja mesmo impechado, o processo precisa passar por votações na Câmara e no Senado.
*Com informações da repórter Mariana Janjácomo
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