Câmara está ‘ignorando a sociedade’ após Previdência, diz líder do Cidadania

  • Por Jovem Pan
  • 18/09/2019 08h54 - Atualizado em 18/09/2019 09h39
Agência Câmara Daniel Coelho Coelho afirmou que não ficará surpreso caso o fundo partidário seja retomado na Câmara

O líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, Daniel Coelho, criticou, nesta quarta-feira (18), a atuação dos parlamentares da Casa após a aprovação da reforma da Previdência. Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele afirmou que, desde então, a Câmara vem ignorando os apelos da sociedade e focando apenas em medidas de benefício próprio.

“Depois da Previdência, onde a Câmara ganhou credibilidade com a sociedade, de lá para cá vem em uma sequência de ações que estão enfrentando a opinião pública e o bom senso. Faz 30 dias que a Câmara está ignorando a opinião pública, está olhando mais para dentro do que para o eleitor, para a sociedade e para o Brasil”, disse, lembrando do projeto de lei de abuso de autoridade, aprovado às pressas durante uma noite, e da lei das fake news.

Coelho destaca, ainda, a lei da mordaça, que pode ser votada ainda hoje e mostrar ainda mais os caminhos que a Casa vem tomando. “A lei da mordaça tenta impedir os auditores fiscais de denunciarem ao Ministério Público e à Polícia Federal quando identificarem movimentações que indicam corrupção, crime organizado tráfico de drogas. Se essa proibição passar é uma sinalização, na Câmara, de ignorar a sociedade”, enfatizou.

Fundo partidário

Sobre a reprovação, no Senado Federal, do fundo partidário, que aconteceu na noite desta terça-feira (17), o deputado disse estar surpreso. “Não se esperava que o Senado fosse por esse caminho, até porque existem dirigentes e líderes partidários que tinham participado do acordo para fechar a aprovação do projeto. Mas o Senado teve uma renovação mais real e profunda que a Câmara, tem uma bancada mais independente e menos ligada ao Centrão, que vota por consciência.”

Apesar disso, ele afirmou que não ficará surpreso se, agora, voltando para a Câmara, o fundo partidário seja reinserido. “Na primeira votação, tivemos poucos votos contrários ao projeto, não chegamos a 100”, relatou.

Coelho também disse que, mesmo com o Senado reprovando o fundo partidário, vale lembrar que eles aprovaram o fundo eleitoral, porém sem definir o valor que ele terá. Para ele, a autorização do fundo sem quantia pré-estabelecida é perigosa, uma vez que a Câmara pode conseguir aprovar valores absurdos no último dia útil do ano, de madrugada, entre outros, onde dificilmente será questionada.

 

 

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