Campanha recicla resíduo gerado por figurinhas da Copa do Mundo

Projeto ADCircular já reciclou e processou mais de 6 mil toneladas de lixo e mobiliza escolas e empresas para fazerem o descarte correto

  • Por Jovem Pan
  • 28/11/2022 12h08 - Atualizado em 30/11/2022 09h24
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EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO Começou hoje a venda do novo álbum de figurinhas da Copa do Mundo do Catar 2022 Tradição de colecionar figurinhas da Copa do Mundo é passada ao longo de décadas

As figurinhas da Copa do Mundo do Catar são um sucesso entre as crianças e os adultos. De olho nessa tendência, o Projeto ADCircular começou uma iniciativa para tratar das milhões de embalagens e resíduos gerados por colecionadores, que vão para o lixo e acabam sem a destinação adequada para reciclagem. A mobilização já reciclou e processou mais de 6 mil toneladas de resíduos. Em entrevista à Jovem Pan News, o mestre em economia ecológica Sérgio Tallochi explicou como começou a ideia de receber esse tipo de embalagem: “Foi uma coisa meio despretensiosa. A gente soltou uma mensagem e explicou os motivos do porquê que tem que separar. E isso, em alguns dias, virou uma coisa completamente viralizada nas redes sociais. Aí entraram escolas, empresas, clubes, condomínios e uma infinidade de instituições querendo participar, ajudar e fazer também (…) E aí a gente teve que se organizar, eu e minha esposa, e a gente achou quem pudesse estruturar isso melhor como um projeto”.

A embalagem de papel possui outros componentes, como o silicone. Por isso, é necessário um tratamento adequado para a recuperação da celulose nos chamados “liners” das figurinhas, resíduos que sem destinação vão gerar impactos significativos ao meio ambiente. Além do custo da reciclagem, o projeto envolve várias empresas da cadeia até o consumidor final para a coleta de uma quantidade expressiva de materiais, como explicou a porta-voz do projeto, Keyse Ramalho: “Não adianta ele [o resíduo] só ser reciclável, ele tem que também se transformar em algo mais nobre para o mercado. A gente promove programas que procuram recolher esse resíduo, mesmo não sendo resíduo da indústria dos stakeholders que fazem parte dessa indústria de embalagens e rotulagem das embalagens. A gente procura não só promover a reciclagem desse resíduo aqui da nossa indústria, mas das indústrias que acompanham o processo de rotulagem”.

“Isso está muito de encontro com os objetivos de sustentabilidade nossos, da Avery Dennison 2030, oferecer inovações que realmente promovam a economia circular e também reduzam o impacto ambiental causado pelas operações”, explicou Keyse, que também falou sobre como o brasileiro, de uma maneira geral, está mais empenhado para um consumo sustentável: “Esse trabalho colaborativo foi muito importante para esse processo, de não pensar só na minha empresa e pensar em todas as pessoas que realmente poderiam fazer com que isso acontecesse, tanto logisticamente, quanto na questão de, com tantos liners jogados ali, unir esforços. Eu vou conseguir mudar o mundo? Não. Eu vou conseguir pelo menos recolher e conscientizar todos os filhos, filhas, pais e mães que estão recolhendo, fazer a coleta e fazer a destinação correta”. O Projeto ADCircular ainda afirma que o reaproveitamento da celulose ajuda a reduzir o corte das árvores. Cada tonelada de papel reutilizado ou reciclado evita a derrubada de 15 a 30 árvores.

O economista Sérgio Tallochi ressaltou a mobilização das crianças na iniciativa: “É o mais legal, porque quando as crianças entendem minimamente o que a gente está falando elas se tornam os embaixadores e mobilizadores dessa história toda imediatamente, isso é muito legal de ver. A gente já viu várias crianças que criaram regras, propuseram na escola, criaram coletores com o desenho delas e animaram todo mundo para participar”. A porta-voz do projeto ADCircular ainda destacou que o intuito é promover um olhar maior para a sustentabilidade: “Não basta a gente fazer a coleta seletiva e separar o lixo. Para onde isso está indo? Será que depois vai ser recolhido e destinado corretamente? Então, a gente começa a se desafiar cada vez mais, e não só fazer o nosso papel. Sempre tem um desafio a mais quando a gente fala de sustentabilidade e economia circular. Não é só o resíduo de figurinha da Copa que a gente tem que pensar, é tudo o que a gente consome em casa e como isso está sendo destinado. Vamos plantar essa sementinha”.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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