Campeão paralímpico, sua namorada e o sogro idoso são agredidos por funcionário do Detran
Alan Fonteles foi buscar o carro em um pátio do Departamento Estadual de Trânsito em SP e teve um arma apontada para ele após questionar estrago no veículo
Há poucas semanas de ir para Tóquio disputar sua quarta paraolimpíada, o atleta Alan Fonteles viveu uma noite de susto e muito tumulto nesta terça-feira, 27. Campeão mundial e paraolímpico de 100 metros e 200 metros, ele foi agredido e ameaçado com uma arma por um funcionário do Detran. Alan conta que foi até o Pátio Presidente Wilson acompanhado da noiva e do sogro, para retirar o carro, que havia sido retido por irregularidades. Ainda no local, ele viu um pequeno estrago no veículo e questionou o funcionário Marco Antônio, que não gostou da reclamação. “Ele começou a se exaltar, começou a reclamar. Aí eu peguei e disse para ele ter um pouco mais de educação com as pessoas, tratar melhor. Eu só vim buscar meu carro e ele com ignorância. Ele começou a se exaltar e disse que falava com quem ele quisesse daquela forma.”
Alan diz que o sogro também reclamou da conduta do funcionário, que, nesse momento, partiu para cima dele. Nathália, noiva do atleta, conta que entrou na frente para defender o pai e trocou insultos com Marco Antônio, que também tentou agredir a jovem. Ela desviou do golpe, mas acabou sendo atingida, de relance, na boca. Alan, então, entrou no meio para defender a noiva e o sogro. “Daí os dois brigando, ele foi pegar a arma e a arma dele caiu no chão. Os funcionários seguraram ele, ele conseguiu pegar a arma e falou para a gente sair de lá apontando a arma para a gente.” Nathália relata que quatro funcionários tentaram segurar Marco Antônio e que todos os trabalhadores do Detran estavam sem máscara.
Ela diz que ele só foi levado à delegacia depois que chamaram a imprensa. Nathália espera agora que a lei seja cumprida. “Eu fiquei muito nervosa, já chorei muito. Toda vez que falo eu acho que vou me emocionar. Nunca passei por isso, não queria ter passado. Ter sido agredida por ninguém, ainda mais por um homem muito mais forte que eu. Eu não esperava isso e agora a gente quer justiça.” Nathália e Alan agora têm receio de represálias, porque Marco Antônio pode ter acesso aos dados pessoais deles pelo sistema do Detran. A empresa informa que lamenta o ocorrido e que vai apurar o caso. Até o momento, a Jovem Pan não consegui contato com o funcionário denunciado.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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