Capital paulista reforça triagem de passageiros vindos do Maranhão

Barreira sanitária inclui questionário sobre sintomas da Covid-19, medicação de temperatura e exames para diagnóstico da doença; objetivo é mapear possíveis casos da variante indiana no município

  • Por Jovem Pan
  • 27/05/2021 08h24 - Atualizado em 27/05/2021 10h51
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VINCENT BOSSON/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Equipes de saúde fazem barreira sanitária Os passageiros vindos do Maranhão precisaram responder a um questionário sobre possíveis sintomas da doença, tiveram as temperaturas checadas e deixaram contatos de celular com os agentes de saúde

Passageiros vindos do Maranhão que chegam a São Paulo pela rodoviária do Tietê estão passando por uma triagem. A proposta busca conter a disseminação da variante indiana do novo coronavírus, identificada no Estado. Nesta quarta-feira, 26, onze pessoas passaram pela barreira sanitária. O ônibus que saiu de Belém do Pará passou por cinco cidades do Maranhão, além de outros Estados, chegando na capital paulista às 14h. Os passageiros vindos do Maranhão precisaram responder a um questionário sobre possíveis sintomas da doença, tiveram as temperaturas checadas e deixaram contatos de celular com os agentes de saúde. O Gilvan do Nascimento, que mora em Santo André e voltava de viagem do Mato Grosso, afirmou que o ônibus estava cheio e foi orientado a permanecer em casa após a viagem. “Pediram pra se eu puder ficar em casa esses dias por conta dessa pandemia. É bom, bom que aconteça isso que o negocio tá feio”, opina o passageiro. O aposentado Djalma de Lima veio de Goiânia e relatou que não observou ninguém com sintomas durante a viagem. “Não tem ninguém tossindo, tudo beleza aí”, disse, ressaltante que sente preocupação de contrair a Covid-19.

Como nenhum passageiro apresentou sintomas, todos foram liberados pelas equipes de saúde. Testes para detecção do coronavírus serão aplicados apenas nos passageiros sintomáticos. Por enquanto, a estratégia da Prefeitura de São Paulo busca focar na triagem dos ônibus que passam pelo Maranhão, primeiro Estado a identificar a variante indiana. No entanto, segundo a secretaria municipal de saúde, existe um diálogo com as empresas que fazem outras rotas para identificar passageiros que tenham saído do Maranhão, mas que entraram na capital paulista com ônibus originários de outros Estados. Na segunda-feira, duas pessoas que estavam em um ônibus vindo de Goiânia foram abordadas, pois estiveram em um outro veículo de transporte vindo de uma cidade maranhense.

O infectologista Marcelo Otsuka reflete que as ações têm eficácia parcial, considerando a experiência de outros países em conter novas variantes. O ideal ainda é isolamento temporário antes de permitir a circulação. “Essas medidas de quarentena elas são muito mais eficazes se associadas à testagem, ao controle epidemiológico. Se eu estava com uma pessoa com Covid-19, tenho que ser testado, ser acompanhado e tenho que ser restrito de qualquer situação de contato com outras pessoas”, disse o médico. Ele considera que é provável que a cepa indiana já esteja circulando por São Paulo.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

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