Cariocas criam apps para fugir de tiroteios e balas perdidas
Em meio a um cenário de violência, moradores do Rio de Janeiro criaram maneiras de fugir dos tiroteios na cidade e na região metropolitana.
Aplicativos como “Onde tem tiro” e “Fogo Cruzado” mapeiam a violência armada com base nas informações enviadas pelos próprios moradores.
O objetivo da plataforma “Fogo Cruzado”, de acordo com a gestora Cecília Oliveira, é ajudar a fugir dos tiros e balas perdidas no Rio. “Você tem a chance de saber em tempo real se tem um tiroteio acontecendo bem próximo e você pode contornar essa situação e mudar esse trajeto”, diz.
“Por outro lado, temos o acúmulo dessas informações, que podem ser usadas por gestores públicos para desenhar uma política de segurança mais efetiva”, sugeriu.
O aplicativo oferece uma forma de contornar a violência, mas a Cecília reforça que são necessárias mudanças nas políticas de combate ao crime.
“O investimento feito em inteligência, em dados de 2016, é próximo a nada”, questiona.
Um levantamento da plataforma aponta uma média de 22 tiroteios por dia no Rio de Janeiro, um total de seiscentos e oitenta e oito casos no mês passado.
De acordo com o aplicativo, até o dia 29 de janeiro, a Cidade de Deus registrou 46 tiroteios, e a Rocinha teve pelo menos 23.
Nas últimas quarta (31) e na quinta-feira (1º) houve intensos tiroteios na Linha Amarela, na altura da Cidade de Deus. Na noite na quinta, uma jovem de 19 anos foi atingida por uma bala perdida durante um confronto entre PMs e traficantes.
Na sexta (2), a polícia militar fez uma nova ação na região, mas não fechou a via que liga a zona oeste à zona norte do Rio.
Reportagem de Marcella Lourenzetto ao Jornal da Manhã:
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