Carlos Wizard diz que compra de vacinas por empresários é ‘questão humanitária’

Setor privado defende a aquisição paralela com doação proporcional à rede pública: ‘Trabalho solidário ao SUS’

  • Por Jovem Pan
  • 26/03/2021 08h30 - Atualizado em 26/03/2021 08h33
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Fabiano Accorsi/Divulgação O empresário Carlos Wizard Carlos Wizard afirma que o objetivo é que o governo federal lidere a compra das vacinas junto a diferentes laboratórios

O empresário Carlos Wizard garante que a compra de vacinas contra a Covid-19 pelo setor privado visa, unicamente, acelerar o processo de imunização e a retomada das atividades no Brasil. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta sexta-feira, 26, ele defendeu que a aquisição paralela dos compostos é uma “questão humanitária” e um trabalho solidário ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, a proposta é que a rede pública continue com as etapas prioritárias de vacinação e a rede privada possa auxiliar no processo. “O SUS vai seguir a cronologia, no seu planejamento de imunizar os prioritários e nós queremos ter liberdade de ampliar, acelerar [a vacinação]. Se a vacina é a solução para a crise que estamos enfrentando, por que não antecipar? Esse é o nosso interesse, não é comercial. Não temos qualquer intenção financeira, é somente uma questão humanitária de devolver à população brasileira a normalidade no período mais breve possível.”

A proposta defendida por empresários é de “flexibilizar” a lei 14.125, que diz que a sociedade civil só pode adquirir vacinas para a imunização dos seus colaboradores depois que o grupo prioritário estiver vacinado, o que soma um total de 78 milhões de brasileiros. Segundo o empresário, a estimativa da equipe da Saúde é que essa etapa seja concluída em quatro ou cinco meses, o que preocupa o segmento privado. “Historicamente, a máquina pública, no Brasil,  é muito lenta. Se oficialmente estamos falando em quatro ou cinco meses, podemos levar mais do que setembro. Se estamos falando em mais que setembro, 2021 já passou”, disse Wizard, que se reuniu, nesta quinta-feira, com os presidentes da Câmara e do Senado, assim como com ministros do governo Bolsonaro para discutir a situação.

“O objetivo é flexibilizar, fazer ajuste na lei, possibilitando que os empresários façam um trabalho concomitante, solidário ao SUS”, disse, afirmando que os empresários se comprometem a fazer a compras das vacinas e a adoção à rede pública de saúde de forma proporcional. “Temos interesse no Brasil. A educação está parada, a economia está parada, o turismo, entretenimento, espetáculos e até as igrejas estão paradas. Queremos a retomada da normalidade, mas estou impossibilitado, com toda boa vontade e recursos”, disse. Carlos Wizard afirmou que o objetivo é que o governo federal lidere a compra das vacinas junto a diferentes laboratórios. “Enquanto os contratos oficiais estão correndo, o mundo tem fornecedores vendo vacinas. Se eu posso ter acesso a elas, por que não antecipar solução? Tem vacinas no mundo para vender? O que precisa de pessoas é gente com poder de decisão, com capital, com recursos e autonomia de uma negociação, pagamento, receber, distribuir e imunizar. Essa é contribuição dos empresários, essa agilidade e velocidade no processo de imunização.”

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