Carta de Palocci divide e abala PT mais do que condenação de Lula
A carta de Antonio Palocci ao ex-presidente Lula e ao PT foi cheia de recados aos antigos aliados e considerada como um golpe no fígado do partido. Mais forte até do que a condenação de Lula, segundo líderes do PT no Congresso, que consideram que o partido não soube bem digerir a posição adotada pelo ex-conselheiro de Lula e Dilma.
As reações são diferentes. Os que consideram que o ex-ministro não poderia abrir as conversas do Governo continuam defendendo a posição antiga, mas uma ala do PT quer reabrir o debate, agora muito mais amplo, sobre a revisão de valores no partido.
Para o deputado Paulo Paim (PT-RS), esse debate interno é antigo e que ele mesmo já falou o que o ministro escreveu nesta carta: “ninguém em sã consciência vai dizer que uma carta dessa não é grave, que não preocupa. Claro que preocupa. A autocrítica tem de ser feita, venho dizendo isso há anos”.
O argumento da cúpula do PT que não aceita a reavaliação é de que Palocci mente e busca benefícios como delator.
A carta confirma que ele tomou a decisão de colaborar em situação premiada ou não e, pelos recados, mais chumbo grosso está por vir.
*Informações do repórter José Maria Trindade
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