Casos de dengue crescem 35,4% no primeiro bimestre de 2022 no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 30 óbitos e 128.379 casos da doença nos primeiros meses do ano

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2022 12h17
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FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO Mosquito aedes aegypti na janela Dados da Secretaria de Saúde de São Paulo apontam que foram registrados 44 mil casos de dengue até abril

Dados do boletim epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde apontam crescimento de 35,4% nos casos de dengue nos primeiros meses de 2022, na comparação com o ano passado. Entre os municípios que mais registraram casos prováveis da doença, Goiânia é o que apresentou maior índice, com 13.608 ocorrências. Na sequência aparece Brasília (8.572 casos); Palmas (6.497 casos), Sinop (2.754 casos) e a Aparecida de Goiânia, com 2.199 registros. Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 30 óbitos e 128.379 casos da doença nos dois primeiros meses do ano. Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aponta fatores responsáveis pela proliferação do mosquito. “Chove muito, acumula água e onde acumula água o mosquito se reproduz e vai ser responsável pelo crescimento no número de casos. O que estamos vivendo no Brasil é um crescimento muito, muito grande mesmo, inesperado, por causa do crescimento do número de mosquitos”, pontuou. Apesar do aumento, houve redução de 17,5% nos casos de chikungunya, doença também transmitida pelo aedes aegypti. Gonzalo Vecina Neto citou as ações adotadas pelos governos para tentar evitar a contaminação. “No curto prazo, o que temos que conseguir fazer é convencer as pessoas a buscarem o foco do mosquito nas suas residências e combaterem os focos para a gente conseguir diminuir o número de casos”, pontua. 

Dados da Secretaria de Saúde de São Paulo apontam que foram registrados 44 mil casos de dengue até abril. Durante todo o ano de 2021, foram 145.700 registros da doença. Moradora de José Bonifácio, cidade no interior de São Paulo, Gabriela Zenaro conta que o município vive um surto de dengue. “Levei cinco dias para ir ao hospital porque aqui na cidade está com surto de dengue, está lotando muito a Santa Casa daqui. Então falei ‘deixa esperar mais um pouco e vou cuidando em casa’. Aí não estava aguentando de dor, depois de cinco dias fui ao hospital. Falei para o médico os sintomas, ele nem pediu exames”, relata. O imunologista e pesquisador principal do projeto para desenvolvimento de vacina contra a dengue, Gustavo Cabral, afirma que há um descaso histórico com a doença. “Quando nós perdemos o pequeno olhar para o combate ao mosquito, ao vetor, pode ter um pico de 10, 30 a 100%, isso de um ano para outro, ou no próprio ano. Isso é um problema que a gente tem que trabalhar.”

*Com informações do repórter João Vitor Rocha

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