Casos de hepatite A crescem quase 11 vezes em São Paulo e deixam autoridades em alerta
Casos de hepatite A disparam na cidade de São Paulo e médicos atribuem avanço da doença à falta de proteção sexual adequada.
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou duas mortes na capital e disse que quatro pessoas foram encaminhadas à fila de emergência para transplante.
Entre janeiro e outubro de 2017, foram 604 contágios, enquanto, no mesmo período do ano passado, houve apenas 57 registros – uma alta de 960%.
A Coordenadoria de Vigilância em Saúde afirma que, em 45% dos casos, a transmissão da hepatite A foi por meio de relações sexuais.
Para 10% das vítimas, a doença surgiu após a ingestão de alimentos contaminados e outros 45% dos pacientes ainda estão sob investigação.
O infectologista do Instituto Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn, ressaltou que a maior parte das ocorrências envolve homossexuais: “56% dos casos que ocorreram no Estado de SP estavam relacionados a homens que faziam sexo com homens”. Ele destacou ainda a importância da prática de sexo seguro e do uso de preservativos.
Já o consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Roberto Focaccia, avaliou que uma variedade mais agressiva da hepatite possa ter chegado ao país: “provavelmente é uma cepa diferente, modificada, que vem dos EUA, Europa”.
O infectologista Roberto Focaccia afirmou ainda que a hepatite tem bom índice de sucesso no tratamento e que as mortes de pacientes chamam a atenção.
A vacina contra a doença é oferecida gratuitamente no SUS a crianças de até cinco anos e a integrantes dos grupos de risco – como portadores de HIV.
*Informações do repórter Vitor Brown
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