Causas das mortes de moradores de rua em São Paulo ainda não foram confirmadas, diz secretário

  • Por Jovem Pan
  • 08/07/2019 09h02 - Atualizado em 08/07/2019 10h02
Amanda Perobelli/Estadão Conteúdo Segundo o Censo 2015, cerca de 16 mil pessoas estão em situação de rua

O Secretário adjunto de Assistência e Desenvolvimento Social da cidade de São Paulo, Marcelo Del Bosco, disse que ainda não é possível afirmar as mortes dos três moradores de rua que aconteceram nos últimos foram causadas pelo frio que atinge a cidade. Em entrevista ao Jornal da Manhã nesta segunda-feira (8), ele afirmou que a Polícia Civil ainda está trabalhando na apuração dos casos.

“Do primeiro caso, do Gabriel, na Barra Funda, sabemos que ele foi atendido pelo Serviço de Abordagem Especializada, mas não aceitou o acolhimento naquele momento. Ele é dependente de drogas e álcool, mas principalmente do último. O segundo caso é de um morador no Pari, que nunca tinha sido registrado em nossos serviços. Ele foi atendido por comerciantes, mas já havia falecido quando o nosso serviço e o SAMU chegaram”, explica. “Já o terceiro, de Itaquera, parece que ele foi retirado de uma escola, que é usada por algumas pessoas usuárias de drogas à noite, e foi deixado nessa rua. Não tivemos chamados para lá, só na região”, completa.

Ele ressaltou, no entanto, que a apuração não é a única coisa importante nesses casos. “Independente da apuracão, a perda de qualquer pessoa em situação de rua é muito triste pra gente. Temos que estar melhorando o serviço nesse sentido”, disse.

De acordo com o secretário, existem cerca de 16 mil pessoas em situação de rua em São Paulo, segundo dados do Censo 2015. Ele explica que a estrutura da prefeitura possui vagas para quase 18.500 adultos moradores de rua, além de 2.300 para crianças, mas que alguns dos principais problemas são a saúde dessas pessoas ou quando elas não aceitam o acolhimento.

“Muitas delas, quase 40%, tem algum problema na área da saúde. Ou algum vício com álcool e droga ou mesmo alguma deficiência mental”, relata. “Por isso, atuamos em parceria com a secretaria de Saúde do município, com consultórios de rua. Os moradores que não aceitam o acolhimento também recebem alguns cobertores para tentar amenizar o frio”, afirma.

Del Bosco conta que essas medidas estão colaborando para o número de acolhimentos feitos. “Estamos cada dia mais aumentando o  convencimento para que essas pessoas estejam nos nossos abrigos. Tem porta de entrada, mas tem que ter de saída também, pra reinserir pessoas na sociedade”, lembra.

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