Ceará: PMs amotinados pedem anistia para voltar ao trabalho, mas vão permanecer presos

  • Por Jovem Pan
  • 28/02/2020 06h14 - Atualizado em 28/02/2020 09h13
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JOÃO DIJORGE/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Força Nacional está auxiliando na segurança do Ceará durante a greve dos policiais

A Justiça determinou que os 43 policiais do Ceará que estão detidos por deserção permaneçam presos. O juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho decidiu converter a prisão em flagrante em preventiva.

Os militares estão presos desde 22 de fevereiro, quando faltaram a uma convocação para atuar na Operação Carnaval no interior do Estado. A ação dos policiais é considerada criminosa pelo próprio código militar e pode culminar em pena de detenção de seis meses a dois anos.

Em paralelo, o motim realizado por parte de policiais, que teve início há 10 dias, ainda continua, e a situação no Ceará permanece incerta. Na tarde desta quinta-feira, foi realizada uma reunião entre o representante dos militares e os dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Os policiais fizeram uma série de exigências, dentre elas o reajuste salarial. Também foi reivindicada a anistia para os policiais que participaram do motim. O governo apresentou uma contraproposta, no entanto, a questão ainda não teve resolução.

O procurador-geral de Justiça do Ceará, Manuel Pinheiro, disse que não é o momento de expor as negociações que estão sendo feitas. “Neste momento, não é adequado discorrer sobre as pautas, sobre o que está sendo discutido pela comissão.”

Além dos policiais presos, 230 estão foram afastados e respondem por crimes de abandono de posto, motim e insubordinação. A greve de militares é considerada ilegal porque a ausência dessas autoridades coloca em risco a segurança da população.

Desde que as paralisações começaram, o Ceará já registrou 195 homicídios. No entanto, o governo informou que não vai mais anunciar o número diário de mortes violentas.

* Com informações da repórter Camila Yunes.

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