Celso de Mello decide nesta segunda sobre vídeo de reunião ministerial de Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2020 06h12 - Atualizado em 18/05/2020 06h13
Marcos Corrêa/PR A Procuradoria-Geral da República disse que pode incluir no inquérito a denúncia feita pelo empresário Paulo Marinho

O ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello assiste nesta segunda-feira (18) à íntegra da reunião ministerial comandada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 22 de abril, dois dias antes da demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

O decano alega que sem o conhecimento do vídeo, não teria condições de avaliar os argumentos apresentados pelas partes envolvidas no inquérito que investiga uma suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.

A expectativa é que, depois de assistir à gravação em sua residência, em São Paulo, Celso de Mello decida se quebra o sigilo total ou parcial do conteúdo.

No Congresso, a divulgação do vídeo é bastante aguardada. A maioria dos parlamentares quer conhecer, de preferência, tudo o que foi dito na reunião do Planalto para traçar estratégias e ter mais clareza dos próximos passos.

O líder do Podemos na Câmara, deputado Léo Moraes, é a favor de que todo o vídeo se torne público. Por outro lado, o deputado Bibo Nunes, do PSL, acredita que divulgar a reunião fere o direito de sigilo do presidente Jair Bolsonaro.

Denúncia de Paulo Marinho

A Procuradoria-Geral da República disse que pode incluir no inquérito a denúncia feita pelo empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro.

Ele afirma ter ouvido do próprio filho do presidente Jair Bolsonaro que um delegado da Polícia Federal antecipou ao então candidato que seria feita uma operação para investigar um suposto esquema de “rachadinha” envolvendo Flávio.

Em nota, a Polícia Federal disse que “todas as notícias de eventual desvio de conduta devem ser apuradas” e foi determinada a instauração de uma investigação específica para a apurar os fatos apontados.

Já o senador Flávio Bolsonaro afirmou, nas redes sociais, Paulo Marinho “trocou a família Bolsonaro por Doria e Witzel” e “parece ter sido tomado pela ambição‘”.

Para o senador, Marinho tem interesse em prejudicá-lo por ser seu suplente no Senado, já que jamais teria condições de ganhar nas urnas. No fim, Flávio classifica a história como uma “invenção”.

Manifestação em Brasília

Neste domingo (17), o presidente Jair Bolsonaro participou de uma manifestação a favor do governo, em frente ao Palácio do Planalto, ao lado de 11 ministros e de aliados. Durante o ato, a jornalista Clarissa Oliveira, da Band News TV, chegou a ser agredida com o mastro de uma bandeira.

Na rampa do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro exaltou o fato de não ter visto faixas de ataque a outros Poderes.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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