China aumenta taxação contra a carne de frango do Brasil
Depois de investigações antidumping, a China anunciou medidas protetivas de caráter provisório contra a compra de carne de frango do Brasil. Atendendo a uma reclamação da indústria local, o governo iniciou investigações no ano passado para verificar se o Brasil estava vendendo produto abaixo do valor de mercado.
As autoridades concluíram que os produtores sofriam com a concorrência desleal e resolveram impor taxas que variam de 18,8 a 38,4%. O vice-presidente de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, diz que a medida é uma decisão política e de adequação geopolítica, uma vez que Pequim negocia com os Estados Unidos.
“Resta ao Brasil ir a OMC e contestar a China. Mas nós vamos tentar as negociações diplomáticas e comerciais porque a China é um mercado muito importante para nós”, disse.
As taxas variam de acordo com a empresa. Segundo a Reuters, os produtos da JBS e Seara Comércio serão taxados em 18,8% enquanto a BRF receberá a taxação de 25,3%. Os embarques da Cooperativa Agroindustrial e de outros produtores não especificados serão taxados em 38,4%, a maior taxa anunciada por Pequim.
O mercado chinês é responsável por 15% das exportações de produtos avícolas brasileiros além de representar um grupo de consumidores que compram partes do frango não consumidas por outros países. Por hora, a expectativa de perdas financeiras é pequena.
De acordo com a ABPA, o maior prejuízo no momento será a perda de alguns contratos nos quais o importador não conseguirá cobrir a tarifa imposta.
*Com informações da repórter Nanny Cox
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