Cidadania defende chapa 100% feminina com Tebet e Eliziane Gama para 3ª via, diz Daniel Coelho

Segundo o parlamentar, o partido, que está federado com o PSDB, vai aceitar a escolha dos tucanos para a vice-candidatura à Presidência, que pode ou não ser Doria, mas vai argumentar em defesa das duas senadoras

  • Por Jovem Pan
  • 23/05/2022 10h43 - Atualizado em 23/05/2022 11h15
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Paulo Sergio/Câmara dos Deputados Deputado federal Daniel Coelho (Cidadania-PE) Deputado federal Daniel Coelho (Cidadania-PE)

O deputado federal Daniel Coelho (Cidadania-PE) concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira, 23, para falar sobre a disputa interna do PSDB em relação ao nome que deverá fazer parte da terceira via para as eleições de 2022.  O ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que fará um anúncio ainda nesta segunda, ao meio dia, sobre sua situação eleitoral. Coelho espera que o pronunciamento seja no sentido de aceitar uma composição com Simone Tebet (MDB-MS), sendo vice dela. Caso o ex-governador recuse a posição de vice, o parlamentar afirma que o Cidadania vai defender a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) para o posto, formando uma chapa 100% feminina da terceira via.

“Eu, particularmente, não falo de uma decisão tomada [do partido], porque o Cidadania se reúne amanhã. Mas a gente defende, caso haja realmente a confirmação de que Doria não se interessa pela posição de vice, a escolha de uma outra mulher para compor uma chapa 100% feminina nessa eleição. Simone [Tebet] como candidata à presidente da República e uma candidata a vice mulher que pode sair do PSDB. E o PSDB pelo tamanho tem a prerrogativa da indicação. Mas caso o PSDB entenda a importância da participação do Cidadania na composição de chapa, o partido tem disponível o nome da senadora Eliziane Gama que, junto com Tebet, poderia ser uma opção. Mas é evidente: não vai haver conflito entre Cidadania e PSDB. Se o PSDB quiser fazer a indicação, receberá o nosso apoio. Mas a defesa que nós faremos amanhã na reunião [do Cidadania] é de que seja [uma chapa] 100% feminina, até para poder marcar um fato novo, uma candidatura de presidente e de vice, duas mulheres com conteúdo, com competência, com história de vida limpa, para tentar furar essa polarização que está estabelecida”, disse Coelho.

Daniel Coelho ainda comentou esperar que o anúncio a ser feito por Doria desta segunda seja de composição com Simone Tebet. Para ele, a senadora do MDB cresceu como possibilidade de cabeça de chapa para a terceira via por ter uma menor rejeição junto ao eleitorado brasileiro, com maior possibilidade de crescimento nas intenções de voto. “Há uma sinalização das 17 candidaturas a governador dos três partidos de que o nome dela ajuda nos palanques locais. E também ficou percebido que se a federação Cidadania-PSDB quisesse de fato criar uma unidade no ambiente do centro democrático, é essencial a presença do MDB. Se ninguém cedesse e ficasse a disputa entre PSDB e Cidadania com o MDB por quem ocuparia a cabeça de chapa, provavelmente o MDB iria desgarrar, iria para um caminho isolado, o que poderia configurar inclusive a não presença do MDB na terceira via. A gente sabe que dentro do MDB poderiam crescer as pressões por apoio a Lula ou a Bolsonaro. Isso existe, regionalmente, no partido. E, assim, a gente garante uma certa unidade, garante o MDB no nosso campo político. E cria, inclusive, para o futuro, um ambiente alternativo aos dois que já estão consolidados para o quadro deste ano”, afirmou o deputado pernambucano.

“Estamos acompanhando o interesse de desgastar ou de colocar o ex-governado João Doria numa posição difícil. Há de se reconhecer o seu bom trabalho na gestão do governo de São Paulo. Há de reconhecer que ele foi líder na questão da vacinação [contra a Covid-19] no Brasil. Mas a candidatura à Presidência da República não é simplesmente sobre isso. Existem componentes políticos. É extremamente importante para a terceira via que a gente consiga uma unidade entre a federação PSDB e Cidadania com o MDB, isso dá musculatura, isso dá força. São 17 candidatos a governador com chance de segundo turno, juntando os três partidos. Então, essa unidade é importante e a gente espera que Doria compreenda isso, buscando uma saída conversada. A judicialização não faz sentido. Não há objeto jurídico para judicializar. Objeto só haveria após as convenções. Então, esse debate está fora de cogitação, não só por estratégia política, mas também pela falta de objeto em si. Eu espero que o entendimento seja o caminho”, declarou Coelho.

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