Cidade de SP ainda sente reflexo da chuva que deixou três mortos no começo da semana
Mais de mil pessoas são obrigadas a sair de casa depois de tempestade que matou três pessoas em São Paulo. A terceira morte em decorrência das chuvas fortes que caíram em toda a cidade na terça-feira (20) foi confirmada no começo da tarde desta quarta (21).
O vigilante Gerson Xavier Santana, de 43 anos, foi atingido por uma árvore no Alto de Pinheiros e levado ao hospital, mas não resistiu.
Na Água Branca, a vítima foi Sofia Gomes Soares, um bebê de um ano e oito meses, arrastada pelas águas que invadiram a favela do Sapo.
Na Vila Barbosa, Zona Norte, a aposentada Victoriana Moreno Leão, de 85 anos, morreu após uma parada cardiorrespiratória. A filha dela, a dona de casa Maria Dolores Leão, contou que a enxurrada entrou muito rapidamente no imóvel onde elas moravam.
A Vila Barbosa é uma área subordinada à Prefeitura Regional da Casa Verde, que foi comandada até novembro por Paulo Cahim. O advogado foi exonerado depois de reclamar publicamente que o distrito precisava de mais verbas para a prevenção de enchentes.
À época, a administração municipal disse que o funcionário demonstrava “conformismo em lugar de empenho e criatividade”.
O ex-prefeito regional da Casa Verde, Paulo Cahim, se recordou do pedido que fez na Câmara dos Vereadores para tentar obter mais recursos: “naquele momento estava pleiteando justamente melhora na Prefeitura regional para serviços de manutnção, limpeza de córregos e piscinão”.
O secretário-adjunto das Prefeituras Regionais de São Paulo disse que a administração tem trabalhado, mas que os esforços são insuficientes.
Milton Persoli afirmou que a administração é afetada pela falta de repasses da União: “nós tivemosem 2017 a construção de dois piscinões, 2018 mais dois. São insuficientes? Sim, mas fazem parte de plano macro de drenagem. Normalmente obras de grande porte também estão associadas a recursos financeiros”.
O Centro de Gerenciamento de Emergências alerta que o efeito da chuva desta terça-feira pode ser sentido pelos próximos dias.
O meteorologista do CGE Adilson Nazário afirmou que o solo encharcado abre margem para outras ocorrências além do alagamento: “o cenário é de solo encharcado, pessoas em áreas de risco, está propício que em qualquer chuva tenha um agravamento”.
Cento e vinte e sete árvores caíram em toda a cidade entre terça e quarta-feira, de acordo com a Defesa Civil Municipal. A Prefeitura também registrou a ocorrência de 24 desabamentos.
*Informações do repórter Tiago Muniz
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.