Cobertura vacinal cai no Brasil para diversas doenças

Quadro deixa especialistas temerosos diante do retorno de doenças antes quase erradicadas, como o sarampo, que coloca as crianças em risco de saúde

  • Por Jovem Pan
  • 25/05/2022 12h29 - Atualizado em 25/05/2022 12h40
RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Menina é vacinada com a primeira dose da Pfizer Pfizer quer estabelecer um protocolo de vacinação para crianças a partir dos 6 meses de idade

O Brasil sempre teve um bom histórico de vacinação, com índices de países desenvolvidos, mas, nos últimos anos, a cobertura vacinal do país tem caído. Isso coloca a população, sobretudo as crianças, em risco. O sarampo, por exemplo, que era uma doença praticamente erradicada, voltou a preocupar autoridades sanitárias e especialistas. Neste ano, o Brasil já identificou 13 casos da doença e pode ser que esse número seja ainda maior. Mais de 60% foram registrados em crianças com menos de 1 ano.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano passado foram 409 diagnósticos. Mas essa não é uma preocupação exclusiva do Brasil. No Reino Unido, a imunização contra o sarampo também tem caído nos últimos anos, e o governo tem criado campanhas para incentivar a vacinação. Aqui no Brasil, apesar do esforço governamental em promover a vacinação para essa parcela da população, a adesão está abaixo do esperado. Segundo o Ministério da Saúde, só 25%das crianças de seis meses a 5 anos foram imunizadas. O ideal é que o índice de vacinação esteja acima dos 90%. No entanto, desde 2012 os números tem caído. No ano passado, segundo o DataSUS, a porcentagem foi de 60,7%.

A queda dos índices se dá por diversos fatores como negligência, falta de tempo e até informações falsas. Muitos pais ainda acreditam que um bebê não receber dois imunizantes no mesmo dia, o que não é verdade. A apliacação de vacinas simultâneas não aumenta o risco de eventos adversos. Outro fator é muitos postos de saúde fecharem às 17 horas, horário de expediente de trabalho para a maioria das mães. Em alguns municípios, a vacinação acontece aos sábados.

A coordenadora do programa estadual de imunização de São Paulo, Helena Keico Sato, explica que a vacinação contra o sarampo ainda está envolvida em muitos mitos. “‘Porque eu escutei, li no jornal, escutei numa entrevista, que a vacina do sarampo dá autismo’. De jeito nenhum, gente! A vacina do sarampo, como qualquer vacina do nosso programa nacional de imunizações são vacinas extremamente seguras e eficazes. Então, qualquer vacina que é aplicada nas nossas salas de vacina passaram por um controle rigoroso de qualidade, são vacinas já aprovadas pelos órgãos governamentais e organismos internacionais”, explica. Os governos têm realizado campanhas de imunização contra o sarampo e contra a Influenza para incentivar a população adulta e infantil. As campanhas, que começaram em abril, terminam no dia 3 de junho.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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