Collor admite ‘pecado’ por não declarar obras de arte em alegações no STF
A defesa do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello apresentou as alegações finais na ação penal, promovida pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ela solicita que o senador do PROS, de Alagoas, seja condenado a 22 anos de prisão e à perda do mandato pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente é acusado de comandar esquema de corrupção na BR Distribuidora entre 2010 e 2014. Os R$ 50 milhões, supostamente desviados, se transformaram em casa, carros de luxo, lancha e obras de arte. O caso está para a relatoria no Supremo Tribunal Federal (STF).
Os advogados pedem a absolvição de Collor. A defesa justifica a compra de carros é um ‘antigo hobby, em busca de prazer intenso’, mas admitiu um ‘pecado’ em não declarar no Imposto de Renda as obras de arte.
Mesmo longe do pecado original, os defensores ressaltaram que ‘não houve solicitação ou aceitação de qualquer tipo de vantagem indevida por Collor’.
Já os procuradores lembram que de 2011 a 2014, 67 depósitos foram feitos, em espécie, no valor de R$ 4 milhões, nas contas da Gazeta de Alagoas. No mesmo período, em 122 vezes, R$ 8 milhões foram destinados a TV Gazeta de Alagoas. O grupo da família Collor tem dívida de R$ 280 milhões em impostos e arrecadações.
A defesa alega que a denúncia tem base apenas em colaboração premiada e durante a investigação ‘não se produziu nenhuma prova sob o crivo do contraditório’.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.