Com apoio privado, Revalida terá duas edições anuais a partir de 2020

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2019 07h20 - Atualizado em 29/11/2019 07h30
Agência Brasil Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida) Por falta de verba, exame não acontece no Brasil desde 2017

Está prevista para o primeiro semestre de 2020 a próxima edição do Revalida, o exame nacional para regularizar diplomas de medicina expedidos no exterior, que passará a ser feito duas vezes por ano. Por questões orçamentárias, a prova não é aplicada no Brasil desde 2017.

Dessa vez, de acordo com o Ministério da Educação (MEC), ela vai ter custo reduzido, já que a primeira etapa, de conhecimento teórico, será digital. A segunda é de habilidades clínicas.

Além disso, o MEC afirma que o teste vai ser custeado apenas pelos participantes: quem quiser se inscrever deve pagar R$ 330 para a primeira etapa e para a segunda, R$ 3.300, o equivalente ao valor mensal da bolsa do médico-residente. Até a última edição, o custo médio de realização da prova era de R$ 9.500 por participante aprovado.

Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, ainda não foi definida a data do próximo exame. “Eu acho que é difícil ser no primeiro trimestre, porque é muito difícil divulgar amplamente, deixar todo mundo preparado, tranquilo, testar tudo, fechar todos os contratos. Então eu acredito que no primeiro semestre a gente consegue encaminhar a primeira prova e, a segunda prova, no segundo semestre. Depois, deve ficar automático”, afirmou.

O anúncio acontece no dia seguinte à aprovação, no Senado Federal, do projeto que confirma a realização semestral do Revalida. De acordo com o governo, cerca de 15 mil médicos pelo país devem prestar a prova.

Quem for reprovado apenas na segunda etapa pode fazer o exame nas duas edições seguintes, sem ter que passar de novo pela fase inicial.

Em 2020, a principal novidade vai ser a participação de universidades privadas, desde que elas ofereçam cursos de medicina com nota quatro ou cinco no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). Antes, a prova era restrita a instituições públicas de ensino.

 Weintraub também comentou sobre a intenção do governo de retomar a abertura de novos cursos de medicina no país, suspensa há um ano e meio. “Tem uma demanda muito grande de famílias brasileiras que querem que os filhos estudem medicina, e os jovens querem estudar medicina. Tem uma demanda da sociedade para ter mais médicos e o impasse foi alavancado pela decisão errônea do PT de trazer os médicos de Cuba”, comentou.

Hoje, segundo o governo, o Brasil possui 2,2 médicos para cada mil habitantes. Com o Revalida, pode chegar a 2,7 médicos por mil habitantes. A média entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), tomada pelo ministro como referência, é de 3,4.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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