Com apoio privado, Revalida terá duas edições anuais a partir de 2020
Está prevista para o primeiro semestre de 2020 a próxima edição do Revalida, o exame nacional para regularizar diplomas de medicina expedidos no exterior, que passará a ser feito duas vezes por ano. Por questões orçamentárias, a prova não é aplicada no Brasil desde 2017.
Dessa vez, de acordo com o Ministério da Educação (MEC), ela vai ter custo reduzido, já que a primeira etapa, de conhecimento teórico, será digital. A segunda é de habilidades clínicas.
Além disso, o MEC afirma que o teste vai ser custeado apenas pelos participantes: quem quiser se inscrever deve pagar R$ 330 para a primeira etapa e para a segunda, R$ 3.300, o equivalente ao valor mensal da bolsa do médico-residente. Até a última edição, o custo médio de realização da prova era de R$ 9.500 por participante aprovado.
Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, ainda não foi definida a data do próximo exame. “Eu acho que é difícil ser no primeiro trimestre, porque é muito difícil divulgar amplamente, deixar todo mundo preparado, tranquilo, testar tudo, fechar todos os contratos. Então eu acredito que no primeiro semestre a gente consegue encaminhar a primeira prova e, a segunda prova, no segundo semestre. Depois, deve ficar automático”, afirmou.
O anúncio acontece no dia seguinte à aprovação, no Senado Federal, do projeto que confirma a realização semestral do Revalida. De acordo com o governo, cerca de 15 mil médicos pelo país devem prestar a prova.
Quem for reprovado apenas na segunda etapa pode fazer o exame nas duas edições seguintes, sem ter que passar de novo pela fase inicial.
Em 2020, a principal novidade vai ser a participação de universidades privadas, desde que elas ofereçam cursos de medicina com nota quatro ou cinco no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). Antes, a prova era restrita a instituições públicas de ensino.
Weintraub também comentou sobre a intenção do governo de retomar a abertura de novos cursos de medicina no país, suspensa há um ano e meio. “Tem uma demanda muito grande de famílias brasileiras que querem que os filhos estudem medicina, e os jovens querem estudar medicina. Tem uma demanda da sociedade para ter mais médicos e o impasse foi alavancado pela decisão errônea do PT de trazer os médicos de Cuba”, comentou.
Hoje, segundo o governo, o Brasil possui 2,2 médicos para cada mil habitantes. Com o Revalida, pode chegar a 2,7 médicos por mil habitantes. A média entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), tomada pelo ministro como referência, é de 3,4.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
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