Com deputados a seu favor, professor que desenvolveu “pílula do câncer” é ouvido em CPI na Alesp
A Assembleia Legislativa de São Paulo fez nesta terça-feira (31) mais uma sessão da CPI da Fosfoetanolamina, a pílula do câncer.
A Comissão Parlamentar de Inquérito entrou efetivamente em atividade na semana passada com a reunião que escolheu o presidente, o vice-presidente e o relator da CPI.
Nesta terça-feira foi realizada a segunda reunião e o pesquisador que desenvolveu a pílula, Gilberto Chierice, foi chamado para participar. Ele, no entanto, não teve muito trabalho para convencer os nove deputados presentes de que, hoje, o medicamento é bom – porque os deputados estão ao lado dele, como confirmou o próprio presidente da CPI, deputado Roberto Massafera (PSDB).
O que a CPI e o professor querem reverter é o resultado de uma pesquisa que mostrou que a pílula do câncer não faz a menor diferença no tratamento de pacientes com câncer. Para os deputados, a forma como os pesquisadores do Instituto do Câncer do Estado de SP não foi a correta.
Quem coordenou as pesquisas foi o oncologista Paulo Hoff, que acompanhou todas as etapas do estudo.
A fosfoetanolamina sintética seria mais uma alternativa no tratamento do câncer, principalmente em casos avançados da doença. Mas os primeiros resultados dos testes já mostraram pouca eficiência.
A fosfoetanolamina encontrada nas cápsulas não tinha capacidade de impedir que as células doentes nos organismos dos pacientes pesquisados fossem destruídas e nem impediu que elas se multiplicassem.
Só uma outra substância mostrou alguma reação nas células, mas ainda assim insignificante para os médicos.
Desde o começo do ano as pesquisas foram concluídas e a fosfoetanolamina não é um medicamento liberado pela Anvisa.
Por isso, um médico não pode prescrever a pílula do câncer para um paciente, caso contrário ele pode sofrer uma advertência ou então até mesmo ter o registro de medicina cassado.
Os deputados, que querem que o estudo seja feito todo de novo, têm pouco mais de 15 sessões até meados de março do ano que vem para tentar mudar isso.
Confira a reportagem completa de Caio Rocha:
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