Com dívidas e baixa movimentação, Aeroporto de Viracopos vive grave crise

  • Por Jovem Pan
  • 08/05/2018 10h10 - Atualizado em 08/05/2018 10h10
Luiz Granzotto/ Prefeitura de Campinas Consórcio que administra o Aeroporto de Viracopos precisa pagar dívidas de R$ 60 milhões por atraso nas obras de ampliação

Com dívidas de R$ 2,88 bilhões, a concessionária do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, interior de São Paulo, pediu recuperação judicial. A Triunfo, uma das acionistas, afirma que as atividades do terminal não devem ser afetadas.

O pedido foi protocolado na 8ª Vara Cível da Justiça de Campinas e é uma medida usada por empresas em dificuldades econômicas para evitar a falência. Com ele, é possível suspender temporariamente a execução de garantias de dívidas. A concessionária Aeroportos Brasil, que administra a estrutura, acumulou prejuízos porque a movimentação no aeroporto tem sido abaixo da esperada.

Além disso, a UTC, uma das acionistas, foi denunciada pela Lava Jato e já está em recuperação judicial desde 2017. Viracopos ainda tem multas a pagar pelo atraso nas obras de ampliação – o novo terminal foi inaugurado em 2014 sem estar concluído e só em 2016 toda a operação foi transferida.

Inicialmente o valor era de R$ 90 milhões, depois foi para R$ 60 milhões, e o consórcio recorreu para reduzir ainda mais. O analista do setor de aviação, Cláudio Magnavita destaca que a operação do aeroporto será mantida graças a participação de 49% da Infraero. “É muito importante que nesses contratos que um ente privado, principalmente a Triunfo, que esteve com sua credibilidade afetada pelo envolvimento da UTC na questão da Lava Jato, mantenha a operação para que não haja um colapso”, declarou Magnavita.

“Um colapso no Aeroporto de Viracopos pode criar um colapso nas conexões,  não só domésticas, mas internacionais. Campinas também é um modal importantíssimo para cargas”, ressaltou o analista.

Magnavita vê riscos de impactos nas operações, caso um fato semelhante ocorra em algum aeroporto concedido que não possui a participação da Infraero. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que não vai se manifestar sobre o teor da recuperação judicial, assim como o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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