Com fantasma do Brexit, União Europeia escolhe nova liderança
A União Europeia iniciou o processo de escolha dos novos ocupantes de seus cargos de liderança e as discussões já refletem as mudanças nos cenário político local.
As eleições da semana passada mostraram que a ameaça populista ainda não é tão grave quanto se imaginava.
E, no geral, consolidaram movimentos políticos à favor do bloco, mostrando que por enquanto o Reino Unido é um caso separatista isolado.
Donald Tusk, chefe do conselho europeu, chegou a dizer ontem que o Brexit serviu como uma vacina para o resto do continente.
E até por isso a União Europeia, que entre nós é uma das grandes responsáveis pela queda de Theresa May, não deve renegociar nada com a pessoa que venha a ocupar o número 10 de Downing Street.
Mas ainda assim ficou o alerta para os europeus de que não dá para seguir jogando com as mesmas cartas.
O primeiro cargo a ser definido é o de presidente da comissão europeia, hoje ocupado por Jean-Claude Junker, representante da centro-direita que perdeu bastante espaço na última eleição.
A chanceler alemã, Angela Merkel, quer colocar outro conservador de características semelhantes no lugar, o também alemão Manfred Weber.
Mas o representante do outro sócio-fundador em questão, o presidente francês Emmanuel Macron, já deixou claro que pensa diferente.
Para ele, o líder do braço executivo da União Europeia precisa ser alguém carismático, criativo e competente.
Nas entrelinhas, Macron está dizendo que chega dos mesmos burocratas de sempre que no mais afastaram a percepção positiva que o bloco tinha na maioria das populações.
Hoje o poder político na Europa está fragmentado e o Brexit foi um alerta grave de que o grupo pode ruir a qualquer momento se não se renovar.
O populismo pode não ter arruinado o projeto europeu agora, mas segue vivo e forte em países politicamente relevantes como Itália, Hungria e Polônia.
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