Com impasse entre Câmara, Prefeitura e moradores, fim do Minhocão não deve sair do papel

  • Por Jovem Pan
  • 23/12/2019 08h48 - Atualizado em 23/12/2019 08h54
Reprodução/Instagram/@adriano_q_dias Em 2014, a Câmara Municipal incluiu a desativação progressiva do seu uso por carros no plano diretor

O futuro do Minhocão é permanecer no passado. A mudança deve ficar restrita apenas ao nome: de Costa e Silva para João Goulart.

O elevado passou a receber os carros na década de 70, na gestão Maluf, para a ligação da Zona Leste a Oeste. Urbanistas consideram o projeto uma aberração, que provocou enorme degradação urbana aos bairros vizinhos, no Centro de São Paulo.

Em 2014, a Câmara Municipal incluiu a desativação progressiva do seu uso por carros no plano diretor. O vereador José Police Neto, do PSD, conseguiu aprovar uma lei pela criação do Parque Minhocão, sancionada pelo na época prefeito João Doria, justamente com o veto ao fechamento do trânsito — mas acatou mudanças no horário do funcionamento.

Já com Bruno Covas na Prefeitura, surgiu um projeto do arquiteto Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba, que recebeu apoio do governo municipal — incluindo o anuncio da primeira fase, com 900 metros, na área sobre a Avenida Amaral Gurgel, entre a saída da ligação Leste-Oeste e o entroncamento com a Avenida São João.

Mas a repercussão contrária foi grande e o município desistiu do modelo. Pesou também a decisão da Justiça, acionada pelo vereador Caio Miranda, para barrar o projeto.

No final de 2019, o parlamentar do PSB conseguiu aprovar na Câmara, em primeira discussão, seu projeto pela desativação total do Minhocão. “Não dá para mudar o plano diretor exceto se o prefeito mandar o projeto. Diante da realidade, temos duas opções: desmontar o Minhocão ou fazer um parque. Porém, vereador não pode criar parque.”

O vereador Caio Miranda também propõe um plebiscito para consultar a população sobre o destino do Minhocão.

Diante do exposto, com uma movimentação superior a 60 mil veículos por dia, o Elevado João Goulart deve manter sua função idealizada na década de 70 — sem demolição ou parque.

Um indicativo claro é que, nesse momento, a Prefeitura faz obras para elevar a altura dos gradis e a construção de acessos para servir aos pedestres quando a via fica fechada nos finais de semana e feriados — com a expectativa de um chamamento público à iniciativa privada para a ocupação da área debaixo do minhocão.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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