Com incertezas no horizonte, COP-25 começa nesta segunda em Madrid

  • Por Jovem Pan
  • 02/12/2019 07h00 - Atualizado em 02/12/2019 08h47
Ricardo Jana/Cortesia do Instituto Antártico Chileno (INACH) Com 14 milhões de km² de gelo, a Antártica vê sua área de superfície diminuir a cada ano com o aquecimento global

A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas inicia nesta segunda-feira (2) em clima de incerteza. A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris aumentou o temor de que as metas de redução de emissões de gases do efeito estufa não sejam cumpridas.

Pelo acordo, até o final de 2020, os países devem estabelecer compromissos mais rígidos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Das 200 nações que aderiram ao pacto, 68 – inclusive o Brasil – se comprometeram a rever metas.

Para que o aquecimento da temperatura do planeta não ultrapasse 1,5ºC, as emissões de CO2 teriam que cair 7,6% entre 2020 e 2030. Segundo estimativas da ONU, se o ritmo atual for mantido, a temperatura terrestre poderia subir até 4º ou 5°C até o fim do século.

Uma das maiores preocupações em relação a elevação da temperatura do planeta é o derretimento de calotas polares.

Segundo o diretor do Instituto Antártico Chileno, Marcelo Leppe, o aquecimento da antártica tem causado a elevação do nível do mar ao redor do mundo. De acordo com ele, 70% dos as economias do mundo que dependem de portos e de atividades nas áreas costeiras serão afetadas com a elevação do nível do mar.

Com 14 milhões de km² de gelo, a Antártica vê sua área de superfície diminuir a cada ano com o aquecimento global.

O diretor do Instituto Antártico Chileno afirma que, nos últimos 50 anos, cerca de 15% de todo o gelo desapareceu e, para os anos seguintes, essa curva está acelerando.

Marcelo Leppe destaca que, além do derretimento das calotas polares, o continente antártico também está exposto aos microplásticos – partículas com menos de 5 mm de comprimento.

Um estudo feito por cientistas da Universidade de Coimbra no mês passado apontou que foram encontrados pela primeira vez microplásticos no organismo de pinguins que vivem na Antártica.

O resultado confirma que a poluição já afeta a alimentação desses animais.

Marcelo Leppe afirma que, entre o aquecimento global e os microplásticos, o ‘continente branco’ está mais exposto do que nunca.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni

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