Com tom político, Parada do Orgulho LGBT leva 3 milhões à Avenida Paulista
Em um domingo nublado, uma multidão de pessoas de todas as idades coloriram a avenida paulista. A 22ª edição da Parada do Orgulho LGBT teve como tema as eleições de 2018 e o slogan: “Poder para LGBTI+ Nosso Voto, Nossa Voz”. O clima de festa não escondeu o tom político.
Segundo os organizadores, a ideia foi chamar a atenção da população para a defesa dos direitos da comunidade LGBT conquistados até o momento. A abertura do evento, contou com a participação da arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março no Rio de Janeiro.
No discurso, ela chamou a atenção para os altos índices de homicídios contra a população LGBT, no Brasil. “É importante que a gente diga que, embora tenha cara de festa, isso aqui é um ato político, isso aqui é um ato de resistência. O Brasil é o País que mais mata sua população LGBT no mundo. A gente não pode assumir isso e deixar que continue dessa maneira”, disse.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, afirmou que a estrutura da festa foi mantida, mesmo com a expectativa de uma redução do público em decorrência da greve dos caminhoneiros. “A gente manteve a estrutura necessária para o evento do tamanho que foi do ano passado. Enfim, toda a infraestrutura que a prefeitura oferece para que possamos ter uma festa maravilhosa, mostrando que São Paulo não admite qualquer forma de preconceito”, afirmou o prefeito.
Outros políticos participaram da festa, como os presidenciáveis: Manuela D’Ávila do PCdoB, e Guilherme Boulos, do PSOL.
A parada deste ano teve 18 trios elétricos e a participação de artistas como Pablo Vittar, Anitta e Preta Gil. Pelo quarto ano consecutivo, a apresentação da festa foi conduzida pela drag queen Tchaka.
Cada vez mais pessoas que simpatizam com a causa LGBT participam da Parada. É o caso da desempregada, Lucy Alves de Araújo, que levou o caçula para a festa, em apoio aos outros dois filhos que são gays. “Vim para apoiar meus filhos. São trabalhadores, honestos, mas sem o preconceito que eles sofrem”, declarou.
Mais de 3 milhões de pessoas participaram da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, segundo a organização, que já estimava que o público poderia ser menor devido os reflexos da paralisação dos caminhoneiros.
*Com informações da repórter Natacha Mazzaro
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