Comandante militar dos sérvios é condenado à prisão perpétua por genocídio na Bósnia

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 23/11/2017 09h37 - Atualizado em 23/11/2017 10h28
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EFE A duração de todo o processo também tornou tudo ainda mais doloroso, já que o conflito teve início 25 anos atrás

O destaque é a condenação do comandante militar dos sérvios, Ratko Mladic, à prisão perpétua por genocídio e crimes contra a humanidade pelo tribunal da ONU.

A Bósnia, palco das atrocidades cometidas durante a década de 1990, segue dividida mesmo após a conclusão dos julgamentos no tribunal criado para avaliar os episódios da guerra na antiga Iugoslávia.

No geral, o relato das agências internacionais aqui na Europa indica que os bósnios muçulmanos, grandes vítimas de Mladic, celebraram a condenação, principalmente pelo alívio de poder encerrar esse capítulo macabro da história do país. E também porque Mladic pode ouvir sua condenação em vida e vai seguir cumprindo pena na cadeia, ao contrário do que ocorreu com Slobodan Milosevic, o líder da Iugoslávia durante os conflitos, morto em 2006 na prisão.

Ainda assim, é evidente que a condenação a prisão perpétua do homem que comandou os momentos mais dramáticos do confronto após a queda da Iugoslávia parece muito pouco perto do que ocorreu em Sarajevo e, principalmente, Srebrenica, onde cerca de sete mil homens e meninos muçulmanos foram exterminados.

A duração de todo o processo também tornou tudo ainda mais doloroso, já que o conflito teve início 25 anos atrás.

Mas também existe o outro lado do conflito, o dos sérvios, onde há um sentimento de que os julgamentos em Haia tiveram como intuito agredir ainda mais a imagem do país.

O presidente Aleksandar Vučić acusou o tribunal das nações unidas de ser enviesado contra a Sérvia, mas ainda assim afirmou que o país está pronto para aceitar a sua responsabilidade pelos crimes de guerra cometidos, ainda que outros não estejam.

O assunto ainda é uma ferida muito presente na Europa, e foi o pior confronto no continente desde a Segunda Guerra Mundial. E certamente ainda não existe um consenso na região sobre como lidar com este genocídio ocorrido nos anos 1990.

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