Como o “Príncipe” do PCC usava comércios e casas para estocar maconha

  • Por Jovem Pan
  • 14/11/2017 11h50 - Atualizado em 14/11/2017 11h50
Divulgação Rogério Miranda Neto, o "Príncipe", organizava as planilhas do tráfico internacional de maconha que passava por São Paulo; a melhor parte da maconha vai ao exterior

Nos últimos meses, cada passo de Rogério Miranda Neto, de 29 anos, foi monitorado pela polícia. Rogério é o homem que aparece com blusa de manga longa nas imagens feitas durante a investigação.

Aparentemente um homem de família, acompanhado de uma mulher e uma criança. Mas no mundo do crime, ele é conhecido pelo apelido de “Príncipe”, um dos principais nomes do PCC no tráfico de maconha no Estado de São Paulo.

No sábado último (11), ele foi preso pelo policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais, o DEIC. Apesar de pouca idade o trabalho do Príncipe era muito importante pra distribuição da maconha pela organização.

Quase toda a droga que vem pra São Paulo entra pelo Paraguai. Aqui ela é separada. A maior e melhor parte vai pro exterior, o que é muito mais interessante aos olhos dos integrantes do PCC agora. O restante fica por aqui pra ser distribuído pelos bairros, pelas cidades do litoral , do interior e até dos outros estados.

O Príncipe era o responsável pela contabilidade de todo esse processo. Com a prisão dele, os policiais encontraram uma planilha que mostra uma movimentação de quase R$ 3 milhões por semana. Um negócio altamente lucrativo e extremamente organizado. Até o gasto com clipes era quantificado na planilha, conta o delegado Fábio Sanchez Sandrin.

Armas, planilhas e mercadorias jamais são guardados num mesmo endereço, pra evitar grandes perdas. Mesmo assim, mais de 400 kg de maconha foram apreendidos no fim de semana.

Eles estavam escondidos em um galpão na zona leste, onde até pouco tempo atrás funcionava uma funilaria de carro. Só que o lugar fechou depois que a facção começou a pagar R$ 5 mil por mês para o dono pra usar a oficina para guardar parte da droga. Ele é Américo Ribeiro da Silva Júnior, de 40 anos, também preso no sábado (11).

As andanças do PCC para despistar a polícia vão por toda a parte. Também no sábado, um outro grupo de policiais do DEIC prendeu em São Miguel Paulista, do lado da estação do trem, outro homem que também recebia salário pra estocar droga em casa.

Josué Alves Ribeiro, de 69 anos, foi preso por tráfico de drogas e associação criminosa. Tanto Josué quanto Américo eram parte da grande teia montada por Rogério Miranda Neto, o Príncipe, que também está preso agora. O que a polícia chamou de uma das mais importantes operações do ano.

“Eles vão demorar um pouquinho para se reorganizar, mas vão tentar se reestruturar. A gente sabe que enquanto tiver a produção não vai acabar o comércio”, diz o delegado.

Reportagem de Caio Rocha ao Jornal da Manhã:

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