Comoção marca primeiros enterros de vítimas da chuva no litoral de SP
Dez pessoas foram enterradas nesta quarta-feira (4) após morrerem em decorrência do temporal que atingiu a Baixada Santista. Um deles é o bombeiro Rogério de Moraes Santos, que trabalhava no Guarujá — a cidade mais afetada. Ele perdeu a vida tentando salvar mãe e bebê no Morro do Macaco Molhado.
Como forma de homenagem, viaturas da corporação fizeram uma carreata. No enterro, Eduardo Marcelo Amorim se emocionou ao falar do colega. “Nós bombeiros não vemos classe social, então tocou a sirene e a gente sai para salvar seja lá quem for. Essa é a nossa missão.”
Cinco famílias se abrigaram na casa de Laurisson de Macedo depois que houve um primeiro deslizamento e todos conseguiram sair com vida minutos antes da casa dele ser atingida. “Antes de acontecer essa tragédia Deus mostrou o caminho para a gente, antes que pudesse acontecer o pior.”
O prefeito de Guarujá, Valter Suman, disse que toda ajuda humanitária tem sido oferecida às pessoas afetadas pelo temporal. “O Guarujá sofreu aquilo que os especialistas chama de evento extremo: 405mm em 72 horas não tem estrutura ou geologia que dê conta. Os danos poderiam ter sido muito maiores ainda.”
As buscas aos desaparecidos continuam, inclusive com a ajuda de cães farejadores. Na terça-feira (3), os bombeiros optaram por interromper os trabalhos durante a noite na Barreira do João Guarda, um dos locais mais afetados, pois a chuva não dava trégua.
Já nesta quarta-feira (4), depois de um dia de sol e sem pancadas de chuva, os trabalhos não foram suspensos nem durante a madrugada. Cerca de 151 pessoas estão desabrigadas no Guarujá, 150 em Santos, 102 em Peruíbe e 3 em São Vicente. O governo do Estado já disponibilizou 19,5 toneladas de ajuda humanitária aos municípios afetados.
O coordenador Estadual da Defesa Civil, coronel Walter Nyakas Júnior, continua na região, avaliando as necessidades e a atuação das equipes de salvamento. O governador João Doria homologou nesta quarta-feira os decretos municipais de calamidade pública, no Guarujá, e de situação de emergência, em Santos e em São Vicente.
*Com informações da repórter Afonso Marangoni
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