Condenado no caso da ‘Máfia do ISS’ se apresenta à polícia e se diz injustiçado

  • Por Jovem Pan
  • 02/02/2019 10h21
Reprodução/TV Globo Ronilson Rodrigues se apresentou à polícia nesta sexta-feira (1)

Chamado de chefe da “máfia do ISS” em São Paulo, o ex-subsecretário da Receita Municipal Ronilson Rodrigues se apresentou à polícia nesta sexta-feira (1). Na última terça-feira (29), ele teve sua prisão decretada pelo Tribunal de Justiça após ter sido condenado a 16 anos de prisão por lavagem de dinheiro. Há ainda outros 27 processos em tramitação.

Segundo a promotoria, o esquema desviou R$ 500 milhões dos cofres municipais.  Em troca de propina, empreiteiros obtinham desconto no pagamento do imposto sobre serviços para concessão de Habite-se depois da conclusão de obras imobiliárias.

Ele disse que não estava foragido e que não se apresentou antes à 31º Delegacia, na Vila Carrão, zona leste da capital paulista porque estava aguardando a decisão de um pedido de habeas corpus feito ao Superior Tribunal de Justiça. Entretanto, como a decisão está demorando demais, preferiu se apresentar espontaneamente.

Ronilson diz sentir-se injustiçado, afirmando que pecou por omissão e não por ação. O ex-subsecretário estranha o fato de a Promotoria ter recusado sua proposta para fazer delação premiada, uma vez que alega ter fatos a revelar, inclusive sobre políticos.

Ele diz que sua vida virou um inferno a partir de 2012, quando implantou um sistema online para a declaração tributária de conclusão de obra por meio do qual o contato entre o contribuinte e o servidor público deixava de existir. Por isto, teria passado a receber ameaças, e acrescenta que os fiscais envolvidos no esquema do ISS que o citaram em delações mentiram, pois alega não ter contato com nenhum deles e nem com as companhias implicadas no caso.

De acordo com a acusação, a Pedra Branca, uma empresa de Ronilson, era utilizada para lavar o dinheiro obtido ilegalmente, emitindo notas fiscais frias para justificar serviços de consultoria nunca realizados. Ele se defende dizendo que não é verdade esta argumentação, porque fazia palestras, consultorias e dava treinamentos por ser um dos responsáveis pela implantação da nota fiscal eletrônica em São Paulo.

Já atrás das grades, o condenado quer que sua mulher e seus filhos o visitem na prisão.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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