Conflito entre hindus e muçulmanos na Índia é antigo e de difícil solução, segundo analista

  • Por Jovem Pan
  • 02/03/2020 07h53 - Atualizado em 02/03/2020 08h10
EFE violencia india A chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, disse que a nova lei adotada em dezembro é "uma grande preocupação" mundial

Considerado um dos piores incidentes de violência na Índia, o conflito entre hindus e muçulmanos tem origem antiga, desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Os atuais protestos que tomam as ruas da capital Nova Delhi já deixaram dezenas de mortos. O número de feridos também não para de crescer e já passa de 200.

Esse novo embate teve início na semana passada, quando foi aprovada uma nova lei que facilita a cidadania para estrangeiros de todas as religiões, exceto islâmicos.

Mas, segundo o professor do Centro Universitário ENIAC Jorge Covac, especialista em Geopolítica, as divergências entre as duas etnias começou em 1947, por causa de uma região considerada estratégica para o país: a Caxemira.

“Criou-se uma corrida armamentista que os dois países tem armas nucleares, o que é bem complicado. Outra questão é que a Caxemira é estratégica porque ali tem nascente de vários rios, um bem muito importante para qualquer nação. Dominar a nascente é dominar o rio.”

O professor explica que esse conflito se apresenta mais latente porque a região havia recebido status de território autônomo, o que beneficiava a parcela muçulmana. No entanto, essa decisão foi derrubada pelo atual primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

Modi é um líder nacionalista indiano e tem um histórico de decisões duras contra os islâmicos. Quando ele governou o estado indiano de Gujarat, em 2002, conflitos envolvendo hindus e muçulmanos também eclodiram no local e mataram mais de mil pessoas.

Para o especialista em geopolítica Jorge Covac, a solução para o conflito não é fácil. “Solução imediata é a devolução da Caxemira ao seu território autônomo, para acalmar os ânimos, e tentar criar ali zonas de pacificação entre esses dois grupos.”

A chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, disse que a nova lei adotada em dezembro é “uma grande preocupação” mundial.

*Com informações do repórter Leonardo Martins

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