Congresso já diminui ritmo de trabalho a caminho das eleições
O adiamento das eleições municipais para novembro deve garantir que as votações sigam normalmente pelo menos até agosto
A Câmara dos Deputados está em meio a um “mini-recesso”. A última sessão de votações aconteceu na última quarta-feira, e a próxima, vai ser realizada no próximo dia 29. O período marca um contraste em relação aos trabalhos desde o início da pandemia. Quando foi instaurado o sistema de votações remotas, no final de março, os parlamentares faziam votações em todos os dias da semana. O Senado chegou a realizar uma sessão em um sábado. Depois, as atividades passaram a ser às terças, quartas e quintas-feiras. Em comum acordo com os líderes partidários, o Senado decidiu que na segunda quinzena de julho, período em que seria realizado o recesso parlamentar, as sessões acontecem apenas às quartas e quintas.
No segundo semestre, a tendência é que, aos poucos, o movimento continue reduzindo. O adiamento das eleições municipais para novembro deve garantir que as votações sigam normalmente pelo menos até agosto. As campanhas começam oficialmente em setembro, com as convenções partidárias para carimbar as candidaturas. O presidente da Câmara Rodrigo Maia acredita que no sistema remoto, os deputados conseguem conciliar as campanhas com as atividades legislativas. “Até a próxima dá um intervalo de uma semana, mas temos Medidas Provisórias para votar. Desse formato, a gente consegue trabalhar e consegue dar espaço para que os parlamentares possam, desde já, estar organizando os seus tralhados em seus municípios”, afirma o presidente da Casa.
A previsão é que mais de 100 deputados federais se candidatem a prefeito neste ano. Os que não pleitam cargos veem o período como importante para consolidar alianças e influências regionais. Por isso, as eleições municipais são consideradas pelos parlamentares como um dos principais obstáculos para a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados e no Senado Federal ainda em 2020. A matéria, que ainda aguarda o envio de novas propostas pelo governo, vai ser discutida primeiro em Comissão Especial para depois ser analisada pelos plenários das duas Casas.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
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