Congresso Nacional se prepara para investigar a ação de hackers
Com os presidentes da Câmara e do Senado entre as vítimas, o Congresso Nacional se prepara para investigar a ação do grupo de hackers que, segundo a Polícia Federal, invadiu os celulares de mais de mil pessoas em todo o Brasil.
A ideia do presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre, é incluir a questão dos ataques na pauta da CPMI que vai apurar a influência de notícias falsas nas últimas eleições.
Diante da polêmica, havia certa resistência em relação ao início dos trabalhos da Comissão, mas agora a expectativa é que ela seja instalada logo após a volta do recesso parlamentar.
Alcolumbre quer ouvir especialistas, autoridades e representantes de organizações civis em busca de uma resposta efetiva para impedir esse tipo de crime e promover a correta informação para que a sociedade possa se prevenir.
Logo após ser informado de que o próprio celular também havia sido invadido, o parlamentar divulgou uma nota lembrando que a ação indevida dos hackers leva à produção de fake news, e que esse tipo de conteúdo só serve para gerar confusão de informações e manipular a opinião pública.
Para o presidente do Senado, combater este crime não é dever só da polícia. Segundo ele, o legislador também deve colaborar com soluções e leis mais transparentes para o bem de todos. Além disso, há um interesse muito grande dos congressistas em descobrir o real interesse dos hackers com os ataques.
“O que é mais visível é o objetivo de soltar ladrões, impedir que as investigações prossigam em relação a outros, que provavelmente serão também condenados e presos, e destruir a Operação Lava Jato, tentando desqualificar os ícones dela, como o juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol”, explica o senador Álvaro Dias, do Podemos do Paraná.
A própria Polícia Federal ainda não conseguiu esclarecer a real intenção dos hackers. A quantidade de vítimas, na avaliação dos investigadores, pode indicar uma ação bem maior do que os suspeitos presos vem dando a entender nos depoimentos. Pode haver, inclusive, alguém ou algum grupo que tenha patrocinado os ataques, com interesses muito maiores do que os até agora esclarecidos.
O fato é que a vulnerabilidade dos aparelhos e do sistema de telefonia acendeu o sinal de alerta nas autoridades da Capital Federal.
Ministros, secretários e até o presidente da República estudam até abrir mão dos smartphones e passar a utilizar celulares criptografados, que foram disponibilizados pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República no início do ano. A questão é que esses aparelhos têm restrições, como, justamente, o uso de aplicativos como Whastapp e Telegram.
*Com informações do repórter Antonio Maldonado
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