Congresso Nacional se prepara para investigar a ação de hackers

  • Por Jovem Pan
  • 27/07/2019 09h17 - Atualizado em 27/07/2019 10h16
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Estadão Conteúdo Vista do Congresso Nacional. Duas torres altas no meio de outros dois prédios em formato oval. Um lago na frente refletindo os prédios Davi Alcolumbre, presidente do Senado, quer incluir ação de hackers em CPMI que apura fake news durante as últimas eleições

Com os presidentes da Câmara e do Senado entre as vítimas, o Congresso Nacional se prepara para investigar a ação do grupo de hackers que, segundo a Polícia Federal, invadiu os celulares de mais de mil pessoas em todo o Brasil.

A ideia do presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre, é incluir a questão dos ataques na pauta da CPMI que vai apurar a influência de notícias falsas nas últimas eleições.

Diante da polêmica, havia certa resistência em relação ao início dos trabalhos da Comissão, mas agora a expectativa é que ela seja instalada logo após a volta do recesso parlamentar.

Alcolumbre quer ouvir especialistas, autoridades e representantes de organizações civis em busca de uma resposta efetiva para impedir esse tipo de crime e promover a correta informação para que a sociedade possa se prevenir.

Logo após ser informado de que o próprio celular também havia sido invadido, o parlamentar divulgou uma nota lembrando que a ação indevida dos hackers leva à produção de fake news, e que esse tipo de conteúdo só serve para gerar confusão de informações e manipular a opinião pública.

Para o presidente do Senado, combater este crime não é dever só da polícia. Segundo ele, o legislador também deve colaborar com soluções e leis mais transparentes para o bem de todos. Além disso, há um interesse muito grande dos congressistas em descobrir o real interesse dos hackers com os ataques.

“O que é mais visível é o objetivo de soltar ladrões, impedir que as investigações prossigam em relação a outros, que provavelmente serão também condenados e presos, e destruir a Operação Lava Jato, tentando desqualificar os ícones dela, como o juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol”, explica o senador Álvaro Dias, do Podemos do Paraná.

A própria Polícia Federal ainda não conseguiu esclarecer a real intenção dos hackers. A quantidade de vítimas, na avaliação dos investigadores, pode indicar uma ação bem maior do que os suspeitos presos vem dando a entender nos depoimentos. Pode haver, inclusive, alguém ou algum grupo que tenha patrocinado os ataques, com interesses muito maiores do que os até agora esclarecidos.

O fato é que a vulnerabilidade dos aparelhos e do sistema de telefonia acendeu o sinal de alerta nas autoridades da Capital Federal.

Ministros, secretários e até o presidente da República estudam até abrir mão dos smartphones e passar a utilizar celulares criptografados, que foram disponibilizados pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República no início do ano. A questão é que esses aparelhos têm restrições, como, justamente, o uso de aplicativos como Whastapp e Telegram.

*Com informações do repórter Antonio Maldonado

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