Conheça a história de Ali Sipahi, o turco que fez a vida no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 12/08/2019 09h07 - Atualizado em 12/08/2019 10h26
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EFE turquia Em 2014, quando voltava de uma viagem com a mulher e o filho, foi preso no aeroporto pela Polícia Federal por suspeita de terrorismo

Ali Sipahi, de 31 anos, nasceu na Turquia e chegou no Brasil em 2007 com sua esposa Merve Sipahi. Eles tinham acabado de se casar e vieram lutar por um futuro melhor pra família que eles estavam começando. O filho deles, Ahmed, de 4 anos, nasceu no Brasil.

Ali explica que não foi nada fácil convencer seus pais de que viria morar aqui. Formado em letras pela UNIP, ele passou a trabalhar na Câmara de Comércio Turco-brasileira levando empresários do Brasil para conhecer sua terra natal e incentivando-os a investirem por la. Porém, com a tentativa de golpe de estado em 2016, na Turquia, que no final fracassou, ele perdeu o emprego.

Após 4 meses trabalhando como motorista de aplicativo, Ali Sipahi decidiu abrir um restaurante na rua Augusta com mais dois sócios. “Estava dirigindo, falando com as pessoas, e passava bastante pela Rua Augusta. Com meus outros dois sócios, decidimos abrir aqui pela agitação.” Atualmente o restaurante Lahmajun tem, além da loja física, duas unidades de delivery. E o negócio vem crescendo.

Porém, mesmo provando ser muito trabalhador e honesto, a vida dele aqui no Brasil não foi nada fácil. Em 2014, quando voltava de uma viagem com a mulher e o filho, foi preso no aeroporto pela Polícia Federal por suspeita de terrorismo. Ele ficou 34 dias preso.

Por fazer parte da comunidade Hizmet, que presta serviços voluntários e para educação na Turquia, Ali é perseguido e chamado de terrorista pelo governo autoritário de Recep Tayip Erdogan. Pra se ter uma ideia, a pessoa que não apoia o regime vigente não pode nem abrir conta no banco, como explica o empresário.

Felizmente, essa história terminou bem. Na última semana, a segunda turma do STF não autorizou a extradição dele pra Turquia por alegar falta de provas e por não considerar o judiciário do país independente.

Ali está feliz, vivendo hoje o melhor momento desde que chegou a SP em 2007. Aos 31 anos trabalha sete dias por semana, mais de 12 horas por dia.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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