Conselho de Secretarias Municipais de Saúde aponta migração de profissionais para novo Mais Médicos
Boa parte dos profissionais cadastrados no novo edital do Programa Mais Médicos já atua no Sistema Único de Saúde em prefeituras do País e pode desguarnecer outras áreas públicas. Isso é o que aponta levantamento feito pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, o Conasems.
Segundo o relatório, o Ministério da Saúde anunciou 7.271 profissionais alocados. Ao cruzar esses dados com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, a entidade notou que 2.844 já atuavam na Estratégia de Saúde da Família de vários municípios.
O Conselho aponta que o número é ainda maior se contabilizados profissionais que atuam em outros serviços do SUS, como hospitais e UPAS. O problema, segundo a entidade, é que a migração feita pelos médicos deve a uma situação clara: os salários ofertados no Mais Médicos é melhor que o oferecido em muitas cidades.
O Programa oferece bolsas de R$ 11,8 mil, além de ajuda de custo que varia entre R$ 1 mil e R$ 3 mil para cada profissional.
Vale lembrar também que o médico vinculado ao Programa tem carga horária semanal de 32 horas de trabalho e oito horas dedicadas às atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Para o Conselho, em vez de somar profissionais, esse novo edital está trocando o problema de lugar, pois ao sair do serviço do SUS para atender em outro, o município de origem fica desassistido.
Dados do Conselho mostram que em Roraima, por exemplo, das 43 vagas ofertadas, 36 médicos inscritos já trabalhavam no SUS, praticamente todos no próprio Estado.
O Acre conta com 104 vagas no edital, 79 médicos se inscreveram até o momento, e desses, 57 tem vínculo no SUS. Na Bahia, mais de 400 médicos dos 765 inscritos trabalhavam na Estratégia de Saúde da Família.
*Informações do repórter Fernando Martins
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