Controle acionário não será negociado, diz Jungmann sobre parceria Boeing-Embraer
A Boeing continua nos trabalhos para superar as objeções de militares a uma espécie de aliança com a Embraer, e avalia nova oferta considerando manter o direito de veto do governo brasileiro.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, reafirmou que “o controle acionário não irá para a mesa de negociações”, mas que os conselhos administrativos das duas empresas possuem as “bênçãos” do Governo.
“Eu acho que interessa ao Brasil [uma parceria]. Torcemos para que a parceria dê certo, achamos que ela é boa”, disse.
O Governo brasileiro segue na defesa do “golden share”, ou seja, o poder de veto, por conta de um interesse nacional. “O Governo tem procurado acompanhar e entendemos que há mudanças no mercado. Não entendemos muito por qual motivo só a venda se é possível fazer parcerias joint venture, desenvolvimento conjunto de projetos. Quando privatizou a Embraer, o Governo deixou a ‘golden share’ lá dentro para dizer que aqui tem interesse nacional. E isso não é jabuticaba brasileira, isso é em todo lugar do mundo”.
Jungmann defendeu ainda que a Embraer é a grande cadeia de tecnologia e inovação na área de defesa e que este mercado é como um “sanduíche”. “Quem produz equipamentos de defesa e quem compra são países. Já viu mercado comprar caça? Não. Perceba que no coração do mercado há o lado privado e o lado Estado. Esse é mercado assimétrico e não é redutível ao mercado no setor privado, porque sempre terá soberania nacional”, disse.
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