Coreia do Norte x EUA: Teremos mais ameaças do que ações concretas, avalia embaixador
A Agência de inteligência de Defesa dos Estados Unidos concluiu que a Coreia do Norte já tem capacidade de produzir mísseis nucleares. A informação, divulgada nesta terça-feira (08) pelo jornal Washington Post, representa a quebra de uma importante barreira do caminho norte-coreano de se tornar uma potência nuclear.
De acordo com um relatório do governo americano, o regime de Kim Jong-un conseguiu desenvolver uma ogiva nuclear em miniatura que pode ser transportada em um míssil. No documento, a inteligência americana aumentou ainda a estimativa de tamanho do arsenal nuclear de Pyongyang. Agora, Washington calcula que o regime comunista tem até 60 armas nucleares.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o embaixador Rubens Barbosa afirmou que não se tem uma certeza de que a Coreia do Norte realmente possui tal poderio nuclear. “Tenho a impressão de que vai continuar havendo uma escalada verbal. Teremos um tempo mais de conversas e ameaças do que de ações concretas”, disse.
Para Barbosa, a escalada verbal irá existir, mas ele fez ressalvas: “guerra preventiva para impedir que a Coreia do Norte faça mais danos materiais a si ou a seus vizinhos eu acho que vai demorar um pouco, se é que vai acontecer um dia”.
Sobre o papel da China em uma espécie de intermediação de conflitos entre Coreia do Norte e os Estados Unidos, Rubens Barbosa ressaltou que a primeira tem papel fundamental, mas não possui interesse em ter uma guerra em sua fronteira.
O embaixador lembrou que a Coreia do Norte é um país pobre e com pouco material de exportação, por isso as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU foi prejudicial ao país. A pobreza do país, por exemplo, justificaria a ajuda de outros para o aumento do grau de sofisticação no lançamento de foguetes.
“A China e Paquistão, dizem, forneceram tecnologias permitindo que a Coreia do Norte as explorasse para fazer os foguetes. Talvez a aproximação da China com a Coreia do Norte explique o grande avanço tecnológico”, finalizou.
A tensão retórica entre Estados Unidos e Coreia do Norte segue em níveis elevados. Na segunda-feira, a Coreia do Norte disse que os EUA vão pagar mil vezes pelo seu crime, fazendo referência às sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU no sábado. Nesta terça, o presidente americano respondeu com outra ameaça e disse que se isso continuar, eles encontrarão fogo e fúria como o mundo nunca viu antes.
Confira a entrevista completa:
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