Coreias do Norte e do Sul vivem maior tensão desde o final da guerra nos anos 50

  • Por Jovem Pan
  • 10/07/2017 07h40 - Atualizado em 10/07/2017 09h26
EFE EUA e Coreia do Sul fizeram exercício militar e Conselho de Segurança é convocado

Todos os testes nucleares na Coreia do Norte bem-sucedidos são comemorados pelo regime e anunciados pela âncora da TV estatal, Ri Chun-Hee. Mas na semana passada, a comemoração foi mais intensa. Uma grande cerimônia festejou as armas do país na principal praça de Pyongyang.

Bandas marciais, fogos de artifício. A ditadura norte-coreana ignorou as críticas de países vizinhos e dos Estados Unidos ao lançamento do míssil intercontinental balístico Hwasong 14 na última terça-feira, no dia da independência americana.

Segundo especialistas, o foguete, que caiu no Mar do Japão, teria capacidade de atingir o estado americano do Alasca.

O presidente dos Estados Unidos disse que a paciência estratégica com a Coreia do Norte acabou e disse que é uma vergonha o que o regime está fazendo.

Donald Trump afirmou ainda que o país está se comportando de maneira muito perigoso e que alguma coisa precisa ser feita.

O Pentágono tem relatórios e estudos com diversas possibilidades de ataques que destruam o arsenal nuclear norte-coreano.

Mas o que impede qualquer ofensiva é a chance de um contra-ataque destrutivo.

A capital da Coreia do Sul, Seul, está a 50 quilômetros da zona desmilitarizada que separa os dois países. Lá estão milhões de pessoas, empresas e o governo do principal inimigo de Kim Jong-Un.

O coordenador de Relações Internacionais da PUC São Paulo, Carlos Gustavo Teixeira, ressaltou: uma guerra de proporções enormes seria deflagrada. “Certamente este conflito é um que traria consequências bastante significativas. É importante termos em mente que a Coreia do Norte não é o Iraque”, disse.

Analistas afirmam que a Coreia do Norte tem até oito mil canhões de artilharia próximos à Zona Desmilitarizada das duas Coreias.

Um estudo de 2012 do Instituto Nautilus de Segurança e Estabilidade afirma que esse arsenal poderia disparar até 300 mil projéteis contra Seul na primeira hora de ataque.

Nesses 60 minutos, um bombardeio contra alvos militares mataria 3 mil pessoas e uma ofensiva contra civis levaria à morte de 30 mil pessoas.

Em resposta, de acordo com o jornal The New York Times, tropas americanas empregariam táticas de ”contrabateria”, usando foguetes para destruir os canhões do Norte.

Até agora, Trump afirma que a postura contra Kim Jong-un vai mudar. A estratégia do governo americano até o momento tem sido enfraquecer financeiramente o regime por meio do principal parceiro comercial do país, a China.

“Os Estados Unidos têm que fazer a China entender que uma Coreia do Norte com armas nucleares é menos valiosa para a China do que uma Coreia do Norte instável politicamente”, explicou Carlos Gustavo Teixeira.

Outro campo de discussões está na ONU.

Em reunião de emergência no conselho de segurança das nações unidas, o governo americano disse que está pronto para usar força militar contra a Coreia do Norte.

No entanto, nem os pedidos de sanções contra o regime estão sendo aprovados pelo colegiado.

Os representantes de China e Rússia insistem que o caminho para resolver a tensão é o diálogo e pediram que os Estados Unidos abandonem o sistema de defesa antimísseis na Coreia do Sul.

*Informações do repórter Victor LaRegina

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