Coronavírus: Com sistema de saúde próximo do colapso, Itália vê idosos sob risco iminente

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2020 07h04 - Atualizado em 14/03/2020 10h19
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EFE/EPA/SIMONE VENEZIA O país registrou 250 mortes nas últimas 24 horas. O rápido avanço do coronavírus assusta e coloca em risco o sistema de saúde italiano

Em um intervalo de 24 horas, a Itália registrou mais de 2,500 novos casos do novo coronavírus e 250 mortes pela doença. A porcentagem de óbitos no país chega a ser 15 vezes maior que na França, por exemplo.

O sistema de saúde da região de Lombardia, a mais afetada pelo vírus, pode atingir capacidade máxima na semana que vem. Um dos hospitais da cidade de Bréscia improvisou tendas para atender pacientes que precisam ficar em observação.

O rápido avanço do coronavírus no território italiano assusta quando comparado a outros países. A França, por exemplo, registrou o primeiro caso da doença antes do vizinho e tem 79 óbitos, número 15 vezes menor do que a Itália.

De acordo com a infectologista do Sírio Libanês Mirian Dal Ben, há duas explicações para o crescimento acelerado do coronavírus no país.

“Eles tiveram um grande número de casos, demoraram para conter, então o número de infectados aumentou de forma muito rápido. Como eles têm grande parcela da população que é idosa, grande número de pessoas precisaram do serviço de saúde e daí colapsou o sistema serviço de saúde deles.”

Em 2019, 22,6% da população italiana era composta por pessoas com mais de 65 anos.

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações Renato Kfouri, reforça que casos em idosos são mais graves. ” A proporção de óbitos em adultos é cerca de 0,5% e essa porcentagem vai se elevando. A partir dos 60 anos até os 80 anos a mortalidade é de quase 20%.”

O doutor Renato Kfouri lembra que o sistema imunológico de idosos é mais debilitado e diminui a capacidade do organismo combater a doença.

Segundo o IBGE, pouco menos de 10% da população brasileira é composta por pessoas com mais de 65 anos. Até a última atualização do Ministério da Saúde, cerca de 12% dos casos no Brasil precisaram de internação hospitalar.

*Com informações da repórter Nanny Cox.

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