Coronel Telhada critica governo Doria na gestão da pandemia: ‘Polícia faz o trabalho sujo’
Deputado estadual espera que governador paulista ‘tenha bom senso’ e deixe as pessoas voltarem a trabalhar
O deputado estadual Coronel Telhada não concorda com as medidas adotadas pelo governo de João Doria em São Paulo contra a Covid-19. De acordo com o parlamentar, a gestão pecou no planejamento. “O governo teve um ano para se preparar, criar mais leitos clínicos e de UTI. E o governo falhou grandemente neste aspecto. Ao longo do ano se fez muito pouco”, destacou. Para ele, agora o governo quer tomar atitudes drásticas contra a população. “Sou contrário ao lockdown da maneira que ele é feito, que proíbe as pessoas de trabalharem. É necessário uso da máscara, higienização, evitar aglomeração. Só proibir, proibir, proibir não leva a nada.”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Telhada afirmou que o governo estadual usa a polícia no Estado e a guarda municipal nas prefeituras de forma ostensiva contra a população. “Se a polícia não pode agir em um pancadão, a polícia pode agir contra a população? Temos tido problemas descabidos. Pessoas despreparadas que agem de forma violenta e agressiva A polícia paga um preço muito caro porque a imagem dela fica totalmente corrompida e manchada. O governo usa a polícia para que faça o serviço sujo, que é fazer as pessoas cumprirem normas.”
Para o parlamentar, o governador João Doria devia dar o exemplo. “A melhor maneira seria se preparar ao longo do ano passado e trabalhar no convencimento. Governo tem que dar o exemplo. Aqui no Estado de São Paulo o governador não tem dado exemplo. No fim de ano ele fechou tudo, não podia nem andar na praia, e foi para Miami. Governo não fez a lição de casa e que imputar na população um castigo, como se as pessoas fossem culpadas pela pandemia. Isso gera uma revolta a população, principalmente no cidadão que depende do trabalho diário para ganhar o pão”, completou.
De acordo com ele, o Estado deveria abaixar impostos e outras contas, além de arranjar soluções para o transporte caro e lotado. “Uma situação que poderia ser feita era amenizar os pedágios, que são inúmeros e caros. Melhorar o preço do combustível, os impostos de água e luz. Porque suspender pagamento não é amenizar, uma hora vai ter que se pago”, deu como exemplo. Para Coronel Telhada, colocar a população como vilã não é o melhor caminho. “Sabemos que não é assim, a população está cansada. E o governador está apavorado, sem saber mais o que fazer. Ele está com medo da população porque ninguém aguenta mais.”
“Quando se fala em cortar gastos ou em benefício para população, aumentam ICMS. E a população tem que ficar em casa, reclusa, sem abrir a boca. Isso cria um clima de revolta e desobediência civil. Um passo para uma rebelião, um motim. Isso me preocupa muito como militar, político e pai de família”, afirmou. Telhada espera que, a partir do dia 11 de abril, a Fase Emergencial do Plano São Paulo não esteja mais em vigor e que a normalidade seja retomada. “Espero que o Doria tenha bom senso e coloque a mão na consciência.”
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