Corpo de estudante morto por policial militar é velado e enterrado em São Paulo
Cerimônia de despedida de Marco Aurélio Cárdenas Acosta foi marcada por revolta de parantes e amigos; PM suspeito do disparo foi indiciado por homicídio doloso
O velório do estudante de medicina Marco Aurélio Cárdenas Acosta, morto aos 22 anos por um policial militar, ocorreu em um cemitério na região do Morumbi, onde amigos e familiares, tomados por uma profunda revolta, se despediram do jovem. O pai de Marco Aurélio, Júlio César Acosta Navarro, um médico peruano naturalizado brasileiro, estava visivelmente emocionado e foi amparado por parentes. Silvia Mônica Cárdenas Prado, mãe do estudante, expressou sua dor e indignação, afirmando que nada trará seu filho de volta. O policial envolvido no incidente, Guilherme Macedo, foi indiciado por homicídio doloso.
O fatídico incidente ocorreu na última quarta-feira (20), quando Marco Aurélio resistiu a uma abordagem policial e acabou sendo morto. Imagens de câmeras de segurança capturaram o estudante entrando em um hotel na zona sul de São Paulo acompanhado de Gabriele Elias, por volta das 2h36 da manhã. Pouco tempo depois, ele é visto saindo do quarto e se aproximando de uma viatura, batendo no retrovisor e correndo de volta para o hotel. Durante a tentativa de imobilização por parte dos policiais, o PM Bruno Carvalho do Prado tentou chutar Marco Aurélio, que estava desarmado. Na confusão que se seguiu, Macedo disparou contra o peito do universitário, que foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Os agentes envolvidos no caso foram afastados de suas funções enquanto as investigações prosseguem.
Em depoimento à polícia, Gabriele Elias revelou que conheceu Marco Aurélio há dois anos, quando trabalhava como garota de programa, e que ele lhe devia R$ 20 mil. No dia do incidente, ele tinha apenas R$ 50. Ela relatou que saiu do quarto para chamar um carro de aplicativo e se escondeu na cozinha ao ouvir Marco Aurélio descer as escadas. O caso gerou uma forte reação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que lamentou profundamente a morte do jovem e destacou que essa não é a conduta esperada da polícia do Estado. Ele reforçou que a Polícia Militar, com quase 200 anos de história, está nas ruas para proteger a população e que abusos de poder não serão tolerados.
*Com informações de Alvaro Nocera
*Reportagem produzida com auxílio de IA
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