Corte de Haia decide em favor do Irã contra sanções norte-americanas
A Corte Internacional de Justiça, sediada em Haia, decidiu, nesta quarta-feira (03), que as sanções humanitárias dos Estados Unidos contra o Irã devem ser suspensas.
Os juízes entenderam que os bloqueios impostos pelo governo Trump à nação persa violam um tratado de amizade assinado entre os dois países em 1955.
Na decisão, o juiz que preside o Tribunal declarou que “os Estados Unidos devem, pelos meios de sua escolha, suprimir qualquer obstáculo que as medidas anunciadas em 8 de maio de 2018 imponham à livre exportação para o Irã de medicamentos, material médico, produtos alimentícios e produtos agrícolas”.
Após a decisão, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou que os Estados Unidos deixarão o acordo.
A questão foi levada ao principal órgão judiciário das Nações Unidas pelo Irã, em resposta as sanções impostas pelos Estados Unidos.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Irã disse que “a decisão provou mais uma vez que a República Islâmica está certa” e que as sanções dos Estados Unidos contra pessoas e cidadãos do país “são ilegais e cruéis”.
Mike Pompeo rejeitou a sentença, dizendo que o tribunal não tem jurisdição para determinar qualquer ordem relativa ao assunto.
A decisão do Tribunal de Haia é temporária e o julgamento completo do processo pode levar anos. A questão gira em torno do acordo nuclear celebrado em 2015 entre o Irã e países ocidentais, que estabeleceu limites para o enriquecimento de urânio no país islâmico.
Após assumir a Casa Branca, no entanto, Trump vem alegando que o acordo, costurado na gestão de Barack Obama, foi um dos maiores “erros” da história.
*Informações do repórter Afonso Marangoni
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