Corte no Orçamento deve prejudicar repasses e agravar áreas como saúde e segurança
Apesar do aumento de impostos, o bloqueio financeiro de quase R$ 6 bilhões deverá prejudicar repasses a serviços essenciais no País. O quadro pode agravar ainda mais a situação delicada em hospitais públicos, universidades e até nas polícias.
O Palácio do Planalto admitiu que a crise torna difícil a atuação em todas as áreas do estado.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, lamentou as dificuldades e fez um apelo ao Congresso: “Nós já estamos operando com nível baixo de receitas da União e com nível muito elevado de contenção de despesas. Nessas circunstancias, encarecemos que o Congresso Nacional aprove as medidas propostas e tenha uma colaboração nesse sentido de ajustamento das contas públicas”, disse.
O ministro voltou a citar a reforma da previdência como forma de conter o rombo no setor.
O economista Raul Veloso, especialista em contas públicas, avaliou que os setores prioritários correm sérios riscos: “as escolhas estão cada vez mais complexas para o Governo. Talvez ele tenha que atrasar algum tipo de pagamento para poder socorrer algum setor prioritário”.
Veloso acrescentou que o alívio na gestão financeira é cada vez mais desafiador.
O presidente da Confederação das Santas Casas, Edson Rogatti, ressaltou que no caso da saúde, a situação está no limite: “alguém vai ser prejudicado nesse corte. Agora, a área da Saúde já está trabalhando no limite”.
De acordo com Edson Rogatti, a dívida das Santas Casas em todo o Brasil chega a R$ 22 bilhões.
A diretora da Associação de Delegados da Polícia Federal em São Paulo, Tânia Prado, teme mais cortes ao longo do segundo semestre: “a PF funciona apesar de todos os cortes orçamentários e estamos com expectativa de situação complicada neste semestre”.
A delegada Tânia Prado citou as dificuldades de recursos para a emissão de passaportes como um exemplo claro da crise.
*Informações do repórter Thiago Uberreich
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