Covid-19 causou redução ou paralisação da produção de 76% das indústrias, diz CNI

  • Por Jovem Pan
  • 14/05/2020 07h59
EFE/EPA/SEBASTIEN COURDJI Medidas de isolamento social reeditadas em março foram apontadas como principal responsável pela queda da economia do mês Medidas de isolamento social reeditadas em março foram apontadas como principal responsável pela queda da economia do mês

O índice da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que mede a confiança das industriais manteve-se no menor patamar da série histórica neste início de maio, apontando 34,7 pontos, em uma escala de 0 a 100. O baixo indicador é decorrente da forte contração da atividade e da elevada incerteza provocada pela pandemia da Covid-19.

Apesar disto, os empresários se mostram menos pessimistas. O panorama de expectativa aumento na comparação com o mês passado, subindo 4,8 pontos e fixando a marca de 39,5 pontos. Os dados da sondagem mostram que 70% das indústrias perderam faturamento, a inadimplência foi registrada por 45% das empresas e os cancelamentos de pedidos por 44%.

O segundo maior impacto da crise no dia a dia foi a queda na produção. Das 1.740 pesquisadas, entre 1º e 14 de abril, 76% relataram que reduziram ou paralisaram a produção.

O gerente-executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, Renato da Foncesa acentua que a maioria está com dificuldade de caixa e as linhas de financiamentos não chegam à ponta.

“O governo tomou algumas medidas para aumentar a liquidez, para aumentar a oferta de linhas de créditos públicas, mas isso não chegou na sua plenitude às empresas. Olhando o exemplo de outros países, como os Estados Unidos, países europeus, a gente percebe que é importante que o Tesouro Nacional assuma o risco desses empréstimos, só assim esse recurso vai acabar chegando às empresas.”

O levantamento expõe que 59% das empresas destacam a dificuldade para honrar compromissos como tributos, fornecedores, salários, energia elétrica e aluguel. Cerca de 77% enfatizam ter obstáculos para obter matérias primas ou insumos e 76% tem enfrentado contratempos na logística de transporte de suas mercadorias. Também foi realçado o trabalho domiciliar, o home office foi adotado por 61% das indústrias.

Entre as medidas tomadas, em relação a mão de obra, o patamar de demissões é considerado baixo, mediante o tamanho da crise. Somente 15% das empresas demitiram.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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