CPI da Chape cobra indenizações e quer recuperar mensagens apagadas no WhatsApp

  • Por Jovem Pan
  • 05/02/2020 06h58
Reprodução/TV Globo Reprodução/TV Globo O grupo foi descoberto partir do celular de uma das vítimas, recuperado após o acidente

A CPI do Senado que investiga queda do avião da Chapecoense voltou a questionar o atraso de indenizações a familiares e vítimas da tragédia. O acidente, na madrugada de 29 de novembro de 2016, causou a morte de 71 pessoas — entre jogadores, comissão técnica e imprensa.

A aeronave da LaMia levava a delegação para a Colômbia, onde seria disputada a final da Copa Sul Americana, e ficou sem combustível.

A Chapecoense responde por quase 30 ações judiciais e 28 acordos foram feitos judicialmente e 17 extrajudiciais. A empresa boliviana LaMia estava em dificuldades financeiras, tinha seguros forjados e, até agora, não assumiu qualquer responsabilidade.

Convidada a falar na CPI, a filha do então presidente do clube, Sandro Pallaoro, morto no acidente, Dhayane Pallaoro, fez um desabafo. “Dói quando após o acidente algumas notícias saem falando que era prática da LaMia voar combustível baixo. Essa aeronave esteve no Brasil outras vzes. inguém viu, ninguém fiscalizou?”

Dhayane Pallaoro defende uma investigação profunda sobre as práticas da LaMia que prestou serviços a outros clubes. A presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo da Chapecoense, Fabienne Belle, espera que a CPI ajude a apurar.

“Colocamos as nossas esperanças nas ações, nos desdobramentos dessa CPI. Faço minhas as palavras da Dhayane. É uma dor profunda, um sentimento de impunidade. Isso é muito importante para nós, a responsabilidade desse governos.”

Fabienne Belle tem o apoio de Mara Paiva, viúva do comentarista e ex-jogador Mário Sérgio, que morreu na tragédia da Chapecoense. De acordo com o relator da CPI, Izalci Lucas, uma das prioridades da comissão é saber mais sobre um grupo de Whatsapp que reunia diretores da Chapecoense, da LaMia e da OFF Side.

O grupo foi descoberto partir do celular de uma das vítimas, recuperado após o acidente. Todas as mensagens foram apagadas da conversa.

Também presente à CPI, nesta terça-feira (4), o zagueiro Neto, que sobreviveu ao acidente, lamentou a falta de respostas. “É com muita alegria pela abertura da CPI, mas é com muita tristeza lembrar que mais de 3 anos se passaram e não temos respostas ainda. Falei com o ministro Ernesto que me senti abandonado, senti a nossa causa abandonada.”

O zagueiro Neto espera que a CPI ajude a apressar as indenizações e a fazer justiça. Advogados de jogadores e familiares alegam que os responsáveis usam brechas jurídicas para postergar ao máximo qualquer solução.

*Com informações do repórter Renan Porto

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