CPI vê falhas do BNDES em operações no exterior
Operando há três meses, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados que investiga empréstimos do BNDES no exterior, reuniu informações que mostram falhas do banco em financiamentos de obras em Cuba, Moçambique, Venezuela e outros países durante os governos petistas.
De acordo com documentos obtidos pelo jornal Estado de São Paulo, as principais irregularidades levantadas até então são ausência de critérios para rebaixamento de risco antes de conceder o crédito e a falta de auditoria fora do Brasil para fiscalizar a aplicação do dinheiro.
Durante esses anos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social negou ter falhado ao fazer esses empréstimos. Eles faziam parte da estratégia das gestões dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff para incentivar a internacionalização de empresas brasileiras.
Em um período de quatro anos, esta é a terceira CPI criada para investigar irregularidades no BNDES nos governos de Lula e Dilma. As outras duas não há uma conclusão. De acordo com parlamentares, falta acesso às informações do banco.
A nova linha de investigação avalia que a diretoria do BNDES foi negligente ao não se preocupar com as avaliações de risco das operações. Isso acontecia porque os financiamentos para o exterior tinham como garantia recursos do Tesouro Nacional. Sendo assim, se algo desse errado, o banco não teria prejuízo, uma vez que a dívida seria coberta com dinheiro público.
Ministro do Planejamento na gestão Lula e das Comunicações na de Dilma, Paulo Bernardo negou irregularidades nos empréstimos. Em audiência da CPI, disse que as operações foram feitas seguindo critérios técnicos.
“Esses empréstimos internacionais foram auditados a mando do TCU, não se chegou a nenhuma irregularidade. Depois que o PT saiu do governo, o BNDES teve um presidente que é um economista liberal e até onde eu sei não apontou irregularidade nenhuma”, disse.
Em nota, o BNDES diz que tem buscado fazer o que está ao seu alcance para que eventuais questões ainda não suficientemente compreendidas pela opinião pública sejam devidamente esclarecidas.
*Com informações do repórter Renato Barcellos
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.