CPMI do 8 de Janeiro deve atrasar aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária, diz deputado

Lincoln Portela defende que investigação tenha presidente de um partido e relator de outro para que tudo seja feito às claras

  • Por Jovem Pan
  • 24/04/2023 12h29 - Atualizado em 24/04/2023 12h35
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Reprodução/Jovem Pan News/Jornal da Manhã Deptuado Lincoln Portela (PL-MG) concedeu entrevista para o Jornal da Manhã Deptuado Lincoln Portela (PL-MG) concedeu entrevista para o Jornal da Manhã

A CPMI dos atos do 8 de Janeiro deve ser instalada em breve, após leitura do requerimento na Câmara. Para o deputado federal Lincoln Portela (PL-MG) ela deverá atrasar o andamento de diversas matérias importantes que tramitam no legislativo, como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária. “Eu não acredito [que o arcabouço fiscal seja aprovado no prazo dado por Arthur Lira]. Qualquer CPMI no nível em que essa está colocada por certo terá muitas surpresas. Ela fará com que a Câmara não ande devidamente. Arcabouço fiscal, reforma tributária e tantas coisas nós teremos dificuldades no andamento da casa”, disse o deputado. Portela deu a declaração em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira, 24.

O parlamentar ainda defendeu que o presidente da CPMI e o relator sejam de blocos políticos distintos para que haja maior transparência na investigação: “A disputa muito grande será em torno do presidente e do vice-presidente. E o presidente indicará o relator. Não funciona ter presidente e relator de um mesmo bloco. O presidente deve ser de um partido e o relator de outro para que tenhamos a democracia funcionando de forma clara e devida, para que todos tenham confiança naquilo que está sendo feito”. Portela chamou atenção ainda para o cuidado necessário com convites e convocações do inquérito. “Nós temos na Câmara, por incrível que pareça, 80 CPIs e CPMIs tramitando. Essa é mais uma (…) O governo pode ter m número maior de integrantes por causa do Senado Federal, mas há muito diálogo, muita conversa. E espero que tenhamos uma CPMI que seja para o bem do Brasil. Uma CPMI que possa trazer esclarecimentos de todos o s lados (…) Devemos ficar atentos aos convites, às convocações, separar o que é convite e convocação. Aquele que for convidado deve se colocar pelo bem do Brasil para se apresentar e trazer suas avaliações. E aqueles que forem convocados não devem apresentar atestados de que estão doentes, fora do Brasil, que não estão em condições. Nós precisamos agir de maneira clara e justa”.

“Teremos mais imagens ainda. São pelo menos 160 horas de gravação. E nós temos ali pessoas bem intencionadas, pessoas que não tinham noção do que estavam fazendo, pessoas mal intencionadas, pessoas mal direcionadas e conduzidas, uma segurança horrorosa. Não importa se é ou não do governo, equívocos aconteceram de todas as partes. O que nós precisamos fazer é ajustar o Brasil para que possamos seguir com segurança, com a devida segurança jurídica, com a democracia sendo realmente respeitada. Temos que resolver”, finalizou.

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