Cresce pressão no Congresso por adiamento do Enem

  • Por Jovem Pan
  • 07/05/2020 06h26 - Atualizado em 07/05/2020 07h27
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil pessoas mexendo em prova do enem Pelo Twitter, o ministro vem afirmando que o adiamento é defendido pelo que define como 'a esquerda'

As duas casas do Congresso Nacional têm trabalhado para convencer o governo a aceitar o adiamento do Enem deste ano.

Apesar do argumento de que milhares de estudantes podem ter a preparação prejudicada por conta das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem minimizado a questão.

Em reunião com os líderes do senado, na terça-feira (5), Weintraub disse que o Exame Nacional do Ensino Médio não foi feito para corrigir injustiça e alegou que a crise de saúde não seguirá até a época da realização das provas, prevista para novembro.

Pelo Twitter, o ministro vem afirmando que o adiamento é defendido pelo que define como ‘a esquerda’ e argumenta que o MEC disponibiliza recursos para as escolas terem internet.

Ele defende ainda que a maioria daqueles que fazem o Enem já terminou o Ensino Médio, não sendo, assim, prejudicados pela suspensão das aulas.

Para o líder do PSC, senador Zequinha Marinho, ainda não há elementos para determinar o adiamento e, por isso, uma nova reunião com o ministro foi marcada para agosto.

Já o líder do PDT, senador Weverton Rocha, lembra que o Enem contempla estudantes de diversas classes sociais, e aqueles que tem menos condições serão mais prejudicados.

Na Câmara dos Deputados, há pelo menos seis propostas que visam suspender ou adiar o Enem deste ano.

Além dos apelos do Conselho Nacional dos Secretários de Educação, da União dos Dirigentes Municipais de Educação e das recomendações emitidas pelo Conselho Nacional de Educação, também há ações correndo na justiça pedindo a suspensão da data da prova.

Enquanto isso, o MEC lançou, no início da semana, uma campanha com o slogan ‘O Brasil não pode parar’ onde quatro estudantes secundaristas, gravando com os próprios celulares, incentivam o estudo à distância e pela internet.

A questão, no entanto, é que dados do Comitê Gestor de Internet no Brasil apontam que 58% das casas no Brasil não têm acesso a computadores e 33% não dispõem de internet, o que impediria milhares de estudantes de seguir as orientações do governo.

De qualquer forma, os prazos seguem mantidos, e as inscrições para o Enem 2020 serão abertas já na próxima segunda-feira.

*Com informações do repórter Antônio Maldonado

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