Crescem manifestações racistas no Reino Unido após o Brexit
Os jornais de Londres neste sábado estampam a notícia de que para uma pesquisadora ligada à ONU, o Reino Unido teve crescimento nos casos de racismo por causa do Brexit.
A votação que determinou a separação britânica da União Europeia foi em grande parte motivada pelo sentimento anti-imigração.
Segundo este levantamento, o referendo legitimou o discurso preconceituoso, liberando o pensamento reacionário a ser expressado livremente em um país que, via de regra, costuma ser até que bastante progressista em pautas sociais.
Para ser honesto, aqui em Londres é mais difícil perceber o que o levantamento da ONU aponta. A capital, que votou majoritariamente contra o Brexit, é uma das cidades mais diversas do mundo. E cada um leva a sua vida sem ser muito incomodado, seja imigrante de onde for.
Mas o Reino Unido, principalmente a Inglaterra e o País de Gales, são bem diferentes da capital. E foi no interior que o voto pela separação encontrou mais força.
O recente caso sobre o tratamento recebido por imigrantes caribenhos que vieram pra cá ajudar a reconstruir o país depois da segunda guerra virou uma crise de governo e expôs esse racismo que a ONU fala.
Mas os britânicos não se intimidam em tentar resolver os problemas de sua sociedade. A ministra do interior caiu e os casos dos caribenhos prejudicados estão sendo revisitados.
O Reino Unido está numa espécie de processo de soul searching, como eles dizem por aqui, uma busca profunda sobre qual será a posição do país depois da separação da União Europeia.
Os impactos desse divórcio ainda são incertos, mas certamente ele vai mudar bastante o que um dia já foi o maior império da história da humanidade.
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