Crianças são pouco afetadas pelo coronavírus; médicos tentam encontrar explicação
Com mais de 85 mil casos suspeitos de coronavírus em todo o mundo, as crianças têm sido as menos afetadas — pelo menos até agora. A comunidade médica ainda não tem resposta definitiva para explicar o porquê do baixo impacto neste grupo.
Segundo estudo publicado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças Chinês, do total de casos na China apenas 2% eram entre crianças e adolescentes de zero a 19 anos. O levantamento foi feito com base nos números registrados até 11 de fevereiro no país, quando havia 72,3 mil casos.
Neste período, o maior número de infecções se concentrou em pessoas de 50 a 59 anos. Essa faixa etária representou quase 1/4 de todos os casos confirmados no país.
O pediatra e infectologista Renato Kfuri explica uma das hipóteses para a baixa incidência do coronavírus em crianças. “Muito se investiga e tenta se compreender dessa razão, mas pode estar relacionado ao sistema imune e pulmonar.”
Outra teoria que está sendo estudada é a de que o surto coincidiu com o período de férias escolares. No entanto, para o médico Renato Kfuri, o vírus já teria tido tempo suficiente para infectar as crianças.
“No início de uma epidemia como essa, é fácil compreender que os adultos se expõem mais. Mas quando a o vírus está circulando, como na China, não há registro sequer de uma morte de criança pelo coronavírus.”
Outra possibilidade é a de o coronavírus ser do rol de doenças que apresentam sintomas mais leves em crianças, como a catapora. Esta espécie de proteção ao público infantil já havia sido notada nas epidemias dos dois tipos anteriores do coronavírus.
*Com informações da repórter Nicole Fusco
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